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29 de dez. de 2010

Em 20 anos no país, celular se torna amigo inseparável do brasileiro


Hoje o Brasil tem mais celular que gente. São 190 milhões de brasileiros e 197,5 milhões de celulares.
O telefone celular está fazendo 20 anos de idade no Brasil. Já foi artigo de luxo para pouquíssima gente. Mas, duas décadas depois, já são 197,5 milhões de aparelhos no país. E pensar que muitas gerações já viveram sem ele. Como?
No Brasil de 1990, quando os primeiros celulares chegaram no país, 700 brasileiros se tornaram os primeiros assinantes da telefonia móvel. Eram proprietários de um aparelho que de portátil só tinha mesmo o nome, com uma bateria enorme e uma antena que não pegava na maioria dos lugares. Mas eram os pioneiros de uma nova forma de comunicação que ia revolucionar o jeito de falar ao telefone.
Em 1997, começaram as privatizações da telefonia. Surgiram várias operadoras no mercado, mais concorrência e tecnologia. A revolução nas comunicações já não tinha mais como parar. “Agora eu dependo do celular, estou com ele na mão porque eu estou trabalhando”, comentou uma senhora.
Hoje o Brasil tem mais celular que gente. São 190 milhões de brasileiros e 197,5 milhões de celulares. “Brasileiro virou dependente de celular, infelizmente”, diz uma carioca.
Na Região Sul, são 105 celulares por cem habitantes; no Sudeste, 111; e no Centro-Oeste, 121 aparelhos por cem habitantes . A maioria (82%) são pré-pagos e funcionam com créditos.
Até bem pouco tempo atrás, entrava-se em uma casa e via logo aquela mesinha com o telefone fixo. Hoje isso está caindo em desuso. A família da administradora imobiliária Ana Lúcia Araújo Victor há dois anos aboliu o telefone fixo e hoje tem cinco aparelhos celulares.
“As pessoas me encontram em qualquer lugar do mundo. Falo dentro do banco, falo na rua, tenho uma irmã que mora na Alemanha”, conta Ana Lúcia. “Eu falo no dia a dia com minha mãe e minhas amigas”, diz a filha.
Dos primeiros “tijolões” aos mais modernos que mandam mensagens, recebem e-mails e estão sempre conectados à internet e às redes sociais, 20 anos se passaram. Uma geração inteira se criou convivendo com essa forma de se comunicar.
“O celular acabou virando indispensável. Eu uso tem uns sete ou oito anos, ou seja, cresci com o aparelho. Então, fica mais fácil de pai e mãe encontrar”, comenta uma estudante.
“Não consigo sair de casa e deixar o celular. Eu volto para pegar, não tem como. Nem passear com cachorro eu vou sem celular”, confessa uma jovem.
“É uma joia, eu acho uma verdadeira joia”, compara um carioca. “Isso aqui é o meu amigo inseparável, amigo de bolso”, brinca um senhor.


Do G1