Ministro da Saúde começa a ser tratado como possivel substituto
O domingo amanheceu com desdobramentos da crise provocada pela revelação da evolução patrimonial do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, com nova informação cada vez mais repetida de que o atual Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, pode assumir a Pasta da Casa Civil. Alguns interlocutores chegaram a dizer ao Portal WSCOM “que esta é a hipótese tomando corpo nos bastidores de Brasília com chances de se efetivar”.
A crise de Palocci expôs a fragilidade da articulação política do governo de Dilma Rousseff. Apesar dos esforços do Palácio do Planalto e do próprio Palocci em afirmar que o episódio está encerrado e que a rotina palaciana segue em clima de normalidade, a avaliação entre os principais aliados da presidente é que ela está excessivamente fechada, e seu governo, sem comando na área política.
OUTRAS OPINIÓES - As queixas entre parlamentares da base sobre problemas na articulação política do governo vinham sendo ouvidas há algumas semanas, mas cresceram principalmente por causa da crise envolvendo o ministro Palocci, que era, de fato, o verdadeiro interlocutor político do governo petista.
Diante desse quadro, já há no governo quem defenda a substituição imediata do chefe da Secretaria de Relações Institucionais, ministro Luiz Sérgio, considerado fraco para o cargo. A ausência da presidente Dilma no cenário político e a falta de diálogo com os partidos são apontadas frequentemente como a origem do problema nesta área.
- Está todo mundo impressionado com a ausência de comando. Parece que o piloto sumiu. A conclusão é que Luiz Sérgio vai ter de sair. Pois quem articula na crise? Ninguém. E isso aumenta a impressão de que a coisa é mais grave - avaliava ontem um senador petista.
Temor de que novos fatos compliquem situação de Palocci
O temor é que novos fatos e revelações possam complicar mais a situação de Palocci. A recomendação dos governistas no Congresso é que a presidente Dilma fuja do atual isolamento que se impôs e comece a criar fatos positivos para o governo. O ex-presidente Lula vinha advertindo a sucessora sobre a necessidade de retomar viagens pelo país e contatos com a população, a exemplo dele.
- Palocci, por enquanto, mantém-se firme no cargo, mas a articulação política do governo com esse episódio implodiu de vez - acrescentou outro governista.
Apesar do clima de insatisfação nos bastidores com a condução adotada pelo Planalto para a crise de Palocci, o discurso público dos aliados de Dilma é que o episódio está superado. Foi isso que o líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), disse após reunião ontem com Palocci.
- Só discutimos Código Florestal. O ministro está tranquilíssimo. Para o PMDB, a questão sobre a evolução patrimonial de Palocci está encerrada.
Embora considere legítimas as cobranças da oposição por explicações do ministro, o líder do PMDB acha que houve um certo exagero:
- A oposição exagerou na dose ao tentar convocar o ministro no plenário da Câmara. Por isso teve apenas 80 votos.
O presidente do PT, Rui Falcão, minimizou interpretações de que Palocci tenha sido vítima de "fogo amigo".
- Não sei de onde surgiu isso. Não sei de onde partiu ou qual a motivação (do vazamento). Para mim, essa é uma questão encerrada que não abala a credibilidade do governo nem do ministro Palocci. Não resta nenhum tipo de suspeita sobre sua reputação ou sua imagem - disse Falcão.
Ele não acredita que a pressão da oposição tenha mais consequências:
- Vendo as declarações do Aécio ontem, não vejo preocupação com isso. Não partiu do PSDB nenhuma iniciativa mais incisiva. O que vi foram iniciativas partidárias isoladas para dar mídia, fazer espuma! Não acho que vá ser convocado para depor no Congresso, porque já prestou contas em todos os órgãos cabíveis. Palocci não vai cair. O caso está sepultado. É muito barulho por nada.
WSCOM