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26 de ago. de 2011

Escolas privilegiam alfabetização do que o ensino da matemática, avalia MEC


Os alunos do 3° ano do ensino fundamental têm mais dificuldade em matemática do que em leitura – apenas 42% dominam a adição e a subtração e conseguem solucionar problemas envolvendo, por exemplo, notas e moedas. Os resultados foram medidos por meio de uma avaliação aplicada a 6 mil estudantes, de escolas públicas e privadas, das 27 capitais.

Para a secretária de Educação Básica do Ministério da Educação, Maria do Pilar Lacerda, nos últimos anos os governos municipais, estaduais e federal, além das próprias escolas, focaram mais a questão da alfabetização nos primeiros anos do ensino fundamental, quando 56% têm o domínio adequado da leitura, o que pode explicar o resultado inferior em matemática. “O diagnóstico tem que ser olhado com muito cuidado, e tem que servir para iluminar as nossas políticas. Em relação a matemática, é como se ele fosse um sinal laranja”, disse.

A Prova ABC é uma iniciativa do movimento Todos Pela Educação, do Instituto Paulo Montenegro/Ibope, da Fundação Cesgranrio e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). O objetivo é aferir o nível de aprendizado das crianças no início da vida escolar, após os três primeiros anos de estudo. Do total de alunos participantes, mais de 40% não têm o aprendizado em leitura esperado para esta fase, ou seja, que não dominam bem atividades como localizar informações em um texto ou o tema de uma narrativa. Em matemática, 57% teve desempenho abaixo do adequado.

O Ministério da Educação (MEC) só avalia os estudantes a partir do 5º ano do ensino fundamental. Antes desta fase, o único instrumento que existe para aferir o nível de aprendizado dos alunos é a Provinha Brasil, exame que é aplicado pelo próprio professor e serve para que ele possa saber como está o desenvolvimento dos seus alunos. Os resultados não são divulgados. Até o ano passado, a Provinha Brasil avaliava apenas os conteúdos de português e, a partir de 2011, a matemática foi inserida.

“O que a gente enxerga é que todos os nossos programas relacionados à alfabetização e à leitura estão efetivamente dando resultado. Sabemos que esse resultado [superior em leitura do que em matemática] tem relação com a Provinha Brasil, os programas de literatura infantil e o Pró-letramento que tem formado muitos professores na área de alfabetização”. A secretária avalia que agora é necessário aprofundar as ações em relação a matemática, especialmente a formação dos professores.

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