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20 de jan. de 2012

Pode dar certo e pode não dar


 Esse negócio de candidato de última hora pode dar certo e pode não dar. Nem sempre o líder maior consegue transferir votos. Em 1960 o PSD tinha tudo para eleger o governador e permanecer mandando no estado como já mandava desde a posse de Pedro Gondim. Pedro assumira o Governo com a doença do governador Flávio Ribeiro Coutinho, da UDN, pretendia renunciar para se candidatar de novo, mas aí Ruy Carneiro botou-lhe a faca nos peitos: o candidato será Janduhy. Janduhy, médico e deputado federal, além de irmão de Ruy, foi enfiado de goela abaixo e o PSD teve de engolir sem água e sem manteiga. Naquele tempo o vice era eleito separado da chapa do governador, de modo que Pedro conseguira se eleger vice mesmo sendo do PSD.
Aí Pedro apresentou sua renúncia ao governo, entrou noutro partido e se candidatou contra o poderoso Ruy Carneiro.
Enquanto o PSD tinha estrutura e o Governo nas mãos – o presidente da Assembleia, José Fernandes de Lima tomou posse como governador e meteu a caneta pra cima -, Pedro, pobre de Jó, botava urnas nas esquinas da cidade pedindo doações ao povo.
Elegeu-se. Impôs uma derrota fragorosa a Ruy Carneiro, a Janduhy e ao próprio PSD.
Mais recentemente, no Governo do então todo poderoso Wilson Braga, melaram a candidatura do  vice-governador José Carlos da Silva Júnior e improvisaram um falante Marcondes Gadelha. Braga enganou a Zé Carlos, que era seu vice, o deixou renunciar ao cargo de vice-governador para ser o candidato do grupo ao governo, e quando Zé estava sem mandato, deu o golpe e apresentou a candidatura de Marcondes.
Burity ganhou com 300 mil votos de maioria e, para o castigo ser maior, elegeu Raimundo Lira para o Senado, derrotando o até então imbatível Wilson Leite Braga.
Disse e repito: esse negócio de candidato de última hora pode dar certo e pode não dar. A história está aí para comprovar o que digo.

Blog do Tião Lucena