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20 de abr. de 2013

Os Descaminhos do Governo ROBERTO

Pelas escolhas, o prefeito Roberto caminha para um governo sem destaque, marcado pelos mesmos erros da gestão anterior. 

Após expor minhas opiniões sobre os 100 primeiros dias do prefeito Roberto como chefe do executivo municipal (click aqui para ler), tomei um choque de realidade e estou aprimorando meu binóculo analítico, chegando a conclusões preliminares de que o governo Roberto é mais do mesmo. 

Destaquei na minha análise anterior, alguns acertos bastante pontuais do prefeito, sem entrar diretamente nos erros. Na ocasião, optei por realizar comentários superficiais mais no sentido de alerta prospectiva. Ledo engano! Muito dos erros que estava alertando para que o governo do prefeito Roberto não cometesse já estavam em curso, sendo praticado. 

Ao “tomar um banho de povo”, como costuma dizer Roberto Solon, fiquei ciente de outra realidade. Pelo que fiquei sabendo em coversas com o povo, acrescida de informações preliminares de uma pesquisa quantitativa-qualitativa realizada pelo vozdepedra.com, o governo Roberto está mal avaliado. A percepção do povo e dos internautas vão na mesma linha, destacando positivamente apenas o trabalho dos secretários Alberto Edson e Marilene Guedes. 


E os erros? 


Entre tantos erros percebidos pela população, alguns se destacam e chamam atenção. O mais comentado é a contratação de funcionários para uma prefeitura já “inchada”. Se no início do mandato o prefeito, por meio de decreto, conseguiu certa moralização no funcionalismo, agora parece que saiu do trilho, descaminhando rumo aos mesmos erros da administração passada. 

O prefeito Roberto iniciou sua gestão parecendo um caça fantasmas, convocando todos para o trabalho e, assim, enfrentando uma das maiores marcas da gestão anterior. Mas, parece que existem uns mais iguais que os outros. É pergunta corriqueira, por exemplo: cadê as professoras Raissa e Reilza que, em pleno estágio probatório, “sumiram” e, pelo que se sabe, continuaram recebendo da prefeitura? Recebiam mesmo? Ainda recebem? Sem concluir o estágio probatório, o afastamento por meio de licença ou prestar serviços (cedência ou cessão) em outro poder e município é legal? São perguntas que merecem, no mínimo, explicação e moralização. Outra curiosidade: houve vaga no recém-processo seletivo simplificado para o cargo das professoras citadas. Como pode, elas não deveriam ser notificadas para exercerem suas funções de professora ao invés de contratar outras? Existem Leis no município que vão totalmente de encontro ao caso tratado (por exemplo, o art. 27 da Lei 047/2009). 

Há outros casos nebulosos quanto a funcionalismo e comissionados. No caso ainda da educação, há algumas exigências legais que precisam ser verificadas enquanto pré-requisito para exercer as funções comissionadas de diretor, vice-diretor e coordenador pedagógico. Informante dos quadros da educação diz que em Pedra Lavrada há uma fábrica de vice-diretor e “coordenador-orientador”, rotuladas de “gente preguiçosa que não quer dar aulas”. Será, isso procede? 

A informação é que já há várias pessoas prestando serviço à prefeitura sem concurso (contratadas) e, pior, sem justificativa plausível da real necessidade de contratação. Lembrando que Pedra Lavrada é um dos municípios que mais tem funcionários municipais de toda região. O curioso é que a prefeitura acaba de realizar um processo seletivo simplificado e não disponibilizou vagas para alguns desses novos contratados como, por exemplo, vigilante. Será que o prefeito está usando a mesma prática do “amor e da paixão” (ou seria paizão irresponsável?) com funcionários informais recebendo em contracheque de outros a pretexto de horas extras, dobras ou gratificações? 

Todos sabem, e mais que ninguém o próprio prefeito também sabe, que um dos maiores desafios enfrentados pela prefeitura é justamente o peso financeiro dos funcionários. Se já tem muitos concursados, para quê contratar mais e mais? Assim não sobra um tostão para fazer nada. 


Questão Política


Alguns próximos do prefeito informam que essas contratações são promessas e acordos políticos. Ao avaliar os novos contratados, constatei que o prefeito está somando os mesmos votos de sua urna, ou seja, nada mais nada é igual a zero (0+0=0!). Não entendi a matemática política do prefeito! 

Em minha opinião, contratar funcionários correligionários do poder (e não do prefeito), que já são amarrados eleitoralmente a quem esteja no comando da prefeitura, seja lá quem for, é um grande erro administrativo e político. Muitos dos contratados são ligados a pessoas inexpressíveis da política, um fardo para qualquer que seja o prefeito. 

Pensando politicamente, admite-se que alguns acordos poderiam ser feitos com os cargos comissionados, mas, no entanto, o prefeito parece não saber usá-los. Roberto mantém pessoas em cargos de confiança sem peso político algum, sem prestigio, nem tampouco saber técnico insubstituível. Para agravar a situação, há casos, por exemplo, em que ainda nomeia a esposa de um desses (0+0=0). Repito: não entendo essa matemática! 

O prefeito está perdendo a oportunidade de forma seu próprio grupo político, não sabe ele que quem mais conspira em seu desfavor é o “paizão” e seus sectários. Antes dos descaminhos, alguns eleitores da oposição estavam aplaudindo suas ações iniciais de moralização administrativa, além de que, também estavam propensos a aderirem ao seu grupo se houvesse prosseguimento das suas medidas moralizadoras. Vale salientar que há um vazio de liderança oposicionista que aglutine e, acima de tudo, venda sonhos em Pedra Lavrada. Diante do vazio, Roberto já estava atraindo a simpatia de alguns da oposição, mas, agora está oferecendo oportunidade para que surja uma liderança de oposição ao desastroso modelo de governo do “amor e da paixão” (do paizão). 

Se o prefeito anterior estava “construindo o presente de olho no futuro”, esse futuro parece que chegou com o “governo de um novo tempo”, por isso, mais do mesmo. 

Os vereadores de oposição já têm o cardápio que estava faltando para se fartarem na Câmara e deixarem o prefeito nervoso. Dessa casa legislativa e fiscalizadora pode sair o vendedor de sonhos. 

Por esses e outros motivos, já é possível afirmar que o governo Roberto está no (des)caminho do mais do mesmo. Contudo, ainda há conserto, é uma questão de escolha.

Santiago Vasconcelos