Pages - Menu

Pages - Menu

13 de mai. de 2014

Fios de Alegria realiza Corte Solidário

Tenente Marília foi uma das policiais militares que participaram da campanha e doaram suas mechas de cabelo

Ontem foi dia de sair de casa e ir ao Hospital Napoleão Laureano, em João Pessoa, cortar os cabelos em colaboração à campanha 'Fios de Alegria'. O primeiro Corte Solidário aconteceu durante todo o dia em parceria com diversos salões de beleza da cidade, que disponibilizaram seus profissionais para realizar os cortes gratuitamente.

De acordo com a idealizadora do projeto, as expectativas da campanha já foram alcançadas, pois até ontem mais de mil pessoas, entre homens e mulheres, haviam doado e 100 quilos de cabelo já tinham sido arrecadados. Com as doações, não somente paraibanos serão beneficiadas, mas sim mulheres em tratamento contra o câncer de todo o país.

No intuito de colaborar com a campanha, diversas pessoas chegaram cedo para poder fazer a boa ação. Esse foi o caso da estudante Louise de Morais, a primeira da fila para o corte de cabelo durante a manhã de ontem. Ela tem apenas 14 anos e disse ter tomado a iniciativa por saber o bem que poderia fazer através desse gesto.

“Eu já tinha pensado em cortar e, ao saber da campanha, me senti tocada. Só de saber que uma criança ou outra pessoa que está passando por tratamento vai ficar feliz com a minha ação, eu já recebi minha recompensa. Estou muito feliz, valeu muito a pena”, comentou, após doar cerca de 10 centímetros dos seus cabelos para a 'Fios de Alegria'.

Como Louise, muitas outras pessoas foram ao Hospital Napoleão Laureano na manhã de ontem para desapegar das suas madeixas e fazer um bem ao próximo. A estudante Thaís Montes foi uma delas. Ela tem 15 anos e tinha vivido dentro da sua casa as dificuldades advindas de um câncer, isso porque sua mãe, a autônoma Valdilene Montes, descobriu que estava com câncer de mama há pouco mais de um ano.

Atualmente os cabelos de Valdilene estão começando a crescer, mas ela relatou com emoção como foi passar por isso.

“Para mim, o pior foi me ver careca, eu não conseguia olhar o meu reflexo. Foi muito difícil, porque é a nossa vaidade. A gente não se reconhece, se vendo no espelho. Então eu pedi a Deus muita força para poder encarar esse momento”, relatou.

Para a autônoma, ver essa campanha que já alcançou uma grande proporção, bem como ver o interesse da sua filha em doar foi muito emocionante. “Eu achei muito bonita essa iniciativa da parte dela porque ela quer ver outras pessoas felizes, outras que como eu estão enfrentando esse momento difícil”, comentou com orgulho.

E Thaís, em seus últimos minutos com um cabelo que chegava quase na cintura, disse que não estava com nenhum receio de tirar de 15 a 20 centímetros de cabelo na manhã de ontem. “Eu vou tirar o que der para tirar. Eu lembro como foi difícil o tratamento da minha mãe, ela sem querer se olhar no espelho, e isso me motivou muito a tomar essa atitude. Eu estou muito feliz”, declarou.

São depoimentos como o de Thaís que trouxeram um presente de aniversário antecipado para a idealizadora do projeto, a estudante Jéssica Leal. Para ela, que faz aniversário no próximo dia 15 e que com orgulho afirma que desde antes do dia 'D' a campanha já tinha alcançado as expectativas, o dia de ontem foi um marco de que o desprendimento que ela um dia teve de tirar os seus cabelos e trazer essa campanha para a Paraíba extrapolou tudo o que ela esperava.

“Nós iniciamos com um grupo de amigas em uma rede social e isso foi alcançando proporções maiores do que poderíamos imaginar. Eu era muito apegada aos meus cabelos, mas pensei, se eu cuido muito, claro que essas meninas vão cuidar também.

Procurei o hospital, que nos direcionou para a Rede Feminina de Combate ao Câncer, e estamos aí. Eu estou radiante”, declarou.

Segundo Jéssica, essa foi apenas a primeira campanha realizada pelo grupo, mas a intenção é de que outras sejam idealizadas no intuito de arrecadar outras coisas. “As doações de cabelo vão até o dia 30 de maio. Mas estamos com outras coisas em mente para agir em benefício de outras pessoas, não somente as portadoras de câncer”, disse.

POLICIAIS TAMBÉM REALIZARAM DOAÇÕES

Durante o dia 'D' da campanha de arrecadação de mechas de cabelo, cerca de 20 policiais militares foram ao Hospital Napoleão Laureano participar da ação. Para a tenente coronel Maria Filha, fazer parte dessa corrente do bem foi o que as motivou a participar da ação.

“Nós estamos com três mechas nas mãos e diversas outras mulheres nos procuraram dizendo que queriam doar os cabelos, então viemos aqui para mostrar que as mulheres policiais se solidarizam com essas mulheres que ficam debilitadas fisicamente e ainda com as suas vaidades abaladas”, ressaltou.

A primeira a doar as suas mechas foi a tenente Marília, Ela declarou que, de início, não queria cortar os seus cabelos, mas, ao saber da campanha, resolveu desapegar. “Eu não estava pensando em cortar os cabelos, mas a campanha é um gesto tão bonito que eu resolvi desapegar”, disse, com a sua mecha de quase 20 centímetros de cabelo em mãos.