8 de mar. de 2011

O SERTÃO: Sudema vai investir R$ 900 mil para recuperação do Vale dos Dinossauros


O parque tem parte de sua estrutura física comprometida.

Vale dos Dinossauros da cidade de Sousa

O Vale dos Dinossauros, localizado no município de Sousa, está em situação precária e sem a devida manutenção e conservação, de acordo com a denúncia feita pelo membro da Sociedade Paraibana de Arqueologia (SPA), Luiz Carlos da Silva Gomes. De acordo com superintendente de Administração do Meio Ambiente (Sudema), Rossana Honorato, o órgão reconhece a condição que o equipamento se encontra, e que um convênio de patrocínio orçado em R$ 900 mil firmado com a Petrobrás no ano passado deve reverter o quadro.

Segundo o pesquisador amador, o museu do sítio paleontológico está com a cobertura esburacada, permitindo a penetração de águas de chuvas e o reboco interno está caindo. “As janelas precisaram ser fechadas com pedaços de tábuas e pregos para manter uma aparente segurança daquele espaço onde estão expostos fósseis raros da Bacia Sedimentar do Rio do Peixe. É lamentável”, revelou.

Luiz Carlos também reclama que depois que o Complexo Turístico foi inaugurado em 1999, as instalações das pontes e passarelas nunca receberam manutenção. “O canal apresenta pontos com desmoronamento e remendos nas pontes e passarelas são improvisadas pela própria equipe de apoio que presta serviço no local, o que não fornece segurança alguma para o turista que passa pelo local”, acusou.

Projeto para área

A diretora da Sudema afirma que a situação de abandono do Vale dos Dinossauros é fato conhecido pelo órgão. “Na última semana de janeiro, visitei os núcleos de administração do Estado e me deparei com o estado de precariedade absurda que o parque está. Ainda estou no início da gestão à frente da Sudema, mas nossa equipe pretende renovar esse cenário e priorizar o zelo com o nosso Vale”, alegou.

Outra questão apontada por Luiz Carlos é que muitas pegadas ficam submersas quando o rio fica com vazante. Apesar de propor uma alternativa, ele reconhece que o projeto de conservação nesta área é complicado. “A medida mais eficiente para preservar o parque será o desvio do rio. Mas será um projeto que envolve impacto ambiental e bastante complexo”, disse.

A administração do Vale dos Dinossauros é feita por uma parceria da Prefeitura de Sousa com a Superintendência de Administração do Meio Ambiente da Paraíba (Sudema). Luiz Carlos discorda do gerenciamento e sugere que seja feito de forma diferente.

“O parque deveria ser conduzido por um comitê de administração, com a participação de componentes da sociedade civil, membros de organizações não governamentais, do poder público e um representante do Ministério Público Federal. Dentre os membros do comitê, seria eleito um presidente e um secretário. Desta forma, acredito que esses problemas que o Vale enfrenta seriam sanados com eficiência”, propôs.

O coordenador de estudos ambientais da Sudema, Jerônimo Villas-Boas, contou que um contrato de patrocínio firmado com a Petrobrás em outubro do ano passado deve ser o pontapé do início da reestruturação do Vale.

“Fechamos um convênio no valor de R$ 900 mil, que por enquanto ainda está em fase de avaliação do ajuste de prazos. Mas o projeto para a aplicação dos recursos já está encaminhado, como as plantas arquitetônicas e o programa de conservação do material didático nos centros de visitação. A situação atual de má condição do Vale é evidente, mas a Sudema já está trabalhando para que as melhorias cheguem”, disse.

Entenda o caso

Representantes de uma Organização Não Governamental (ONG) denunciaram no mês passado, que algumas pegadas de dinossauros no Vale Movissauro, cidade de Sousa podem desaparecer.

De acordo com a ONG, o Vale dos Dinossauros está em perigo, pois algumas pegadas estão submersas nas águas das chuvas.

Segundo a organização, o problema é antigo e ONG já elaborou um relatório com todas as irregularidades da estrutura física e dos locais que abrigam as pegadas dos animais pré-históricos, para ser encaminhado ao Ministério Púbico Federal alertando sobre os riscos de destruição do patrimônio histórico e cultural do Vale.

O presidente da ONG, Luiz Carlos da Silva afirmou que o parque não está adequado para receber os turistas que vem do mundo todo, mas após esses problemas, o número de visitantes tem diminuído.

“O parque está em situação precária. Tem goteira por todo lado”, denunciou o presidente

A superintendência de administração do Meio Ambiente do Estado informou que ações de reestrururação do Parque serão realizadas, mas não tem previsão para iniciar as obras.


DIÁRIO DO SERTÃO