3 de ago. de 2011

NÃO E SIM: PROFESSORA PRISCILA DIAS

O VOZDEPEDRA.COM, publicou uma matéria (aqui) que trata sobre a decisão judicial da não obrigatoriedade da Carteira de Músico. 

A professora Priscila fez um comentário sobre o tema e abriu uma ampla discussão. Por isso, publicamos a opinião da professora.





LEIA A ÍNTEGRA:

Professora Priscila Dias

"Não sou música e não tenho aptidão nenhuma para tocar qualquer tipo de instrumento, mais sobre o 
questionamento feito no final dessa matéria tenha um posicionamento que talvez não agrade a maioria.

Quando foi perguntado  "Você concorda com a não obrigatoriedade do registro para músicos?", a minha resposta é simples: NÃO.

Acredito que essa não obrigatoriedade do registro faz com que o profissional formado em música seja ainda menos valorizado, assim como existe os registros da OAB onde os advogados comprovam aptidão para advogar, o cadastro do CRM onde médicos atestam  sua capacidade de  atendimento clínico, também é necessário que se valorize as pessoas que passaram anos estudando teoria e prática sobre música e que de repente se vem em pé de igualdade para competir no mercado de trabalho com outras pessoas que desenvolveram a aptidão musical sem a necessidade de frequentar a universidade.

Estendo essa minha opinião não só a área musical, como também a certos comportamentos que me deixam incomodada, como por exemplo nas escolas onde é comum professores lecionarem disciplinas a qual não estão capacitados, é pedagogo dando aula de português, historiador dando aula de geografia, biólogo dando aula de matemática, isso não só é uma desvalorização do profissional como um péssimo caminho para a educação brasileiras, pois quando entramos para lecionar em áreas que não são do nosso domínio, acabamos prejudicando o aprendizado do nosso aluno e nos desmotivamos em quanto profissional, pois não estamos atuando na área que somos capacitados.  Agora me pergunto, daqui a algum tempo será obrigatório o ensino de música nas escolas e quem ministrará essas aulas? O profissional formado em música vai dividir o mercado com qualquer um que toque algum instrumento? Se os músicos registrados e não-registrados puderem atuar vão receber salários iguais?

Sei que música também é arte e cada um tem o direito de expressar seus dons e não tô querendo dizer que o músico formado é melhor ou mais importante do que aquelas pessoas que  aprenderam a tocar um instrumento sem frequentar uma escola de música, agora é necessário que se valorize o trabalho de quem estudou anos para desenvolver uma atividade, seja ele um profissional de música, um educador, um médico, um advogado, etc."