A CNTE participa nessa semana do Congresso Internacional “Educação: Uma Agenda Urgente”, promovido pelo movimento Todos Pela Educação. Na tarde de hoje (14), o presidente da CNTE, Roberto Leão, fez parte da mesa redonda da sessão: Formação Inicial do Professor.
Durante a sessão acompanhada por representantes de diversas entidades e pessoas ligadas à educação, os debatedores discutiram os principais aspectos para que a Formação Inicial do Professor seja mais valorizada nas instituições de ensino, com enfoque nos aspectos mais relevantes para a valorização e para a construção de uma carreira atrativa.
De acordo com Leão, “O professor deve ter uma sólida e consistente formação inicial presencial, que trabalhe as questões de maneira interdisciplinar, alinhando teoria e prática. E principalmente tenha o mundo do trabalho como elemento fundamental nessa formação”. O presidente da CNTE também falou sobre a importância do estágio na carreira dos docentes. “O estágio é fundamental para que possa haver uma vinculação entre o que o aluno aprende na universidade e o mundo real. O professor precisa sair da universidade sabendo como é a escola, quais são as dificuldades concretas que ele vai enfrentar e como lidar com situações que ele só viu na teoria. Na escola, o professor lida com realidades que não se vê nos livros, com alunos que têm sérios problemas sociais, que não vêem na escola uma oportunidade de subir na vida, de crescer enquanto ser humano. Esses desafios são colocados na prática do professor, e é por isso que o estágio tem que ser bem feito, bem trabalhado. As universidades têm que ter um convênio com as escolas para que esse estágio seja de fato supervisionado, cobrado.”
Outros pontos abordados no Congresso, é que nessa Formação Inicial haja maior compromisso do professor com a profissão e uma maior valorização do profissional de educação. “O professor é a principal profissão do país e é preciso que a sociedade reconheça esse papel”, ressaltou Priscila Cruz, diretora executiva do movimento Todos Pela Educação.
Mais tarde, uma nova sessão foi iniciada com o tema “Carreira do Professor”. O Congresso vai até sexta-feira e contará com mais quatro sessões, todas voltadas para educação, inclusão e carreira.
Carreira de Professor
Às 16h30, o Congresso abordou o tema Carreira do Professor. A professora Marta Vanelli, Secretária geral da CNTE representou a Confederação nesse debate. Na mesa também estavam presentes representantes do CONSED, UNDIME, CNE, FGV, FCC, IETS, BID, além da Comissão Especial do Plano Nacional de Educação da Câmara dos Deputados, parlamentares, educadores, diretores de escolas, consultores em Educação, institutos de pesquisas e avaliações educacionais e organizações sociais e privadas que investem em educação.
Para Carlos Artexes, professor do CEFET-RJ, o tema difícil porque toca na questão do financiamento. Mariza Abreu, consultora de Educação defende que o desafio é articular valorização do professor com aprendizado dos alunos.
Marta Vanelli afirmou que não é possível pensar em carreira com tantos profissionais em regime temporário e que a valorização salarial é importante para atrair novos profissionais. “Atrair bons profissionais para a docência passa pela valorização salarial. Se não tivermos bons salários, uma carreira adequada, uma perspectiva de valorização durante os seus 30 anos de trabalho, os demais profissionais não interessam pela profissão de professor. A carreira é uma pré-condição para que qualquer jovem queira ser professor”. Para a professora, a condição de trabalho e o cumprimento da Lei do Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN) também devem ser levados em consideração. “O início da valorização começa pelo cumprimento do Piso, tanto no seu valor, como no vencimento inicial, quanto na questão da hora-atividade, que entra na questão das condições de trabalho. Esperamos que no PNE seja aprovada a meta de equiparar o salário do professor com o demais servidores com a mesma formação dentro de cada esfera administrativa. Assim, a gente dá um segundo passo na questão da valorização”, enfatizou.
Nesta quinta-feira (15), o professor Heleno Araújo, secretário de Assuntos Educacionais da CNTE, participará da Sessão “Equidade e Inclusão”, que pretende discutir as políticas públicas com maior êxito e as que ainda precisam ser desenvolvidas para garantir o pleno acesso de todos a uma educação de qualidade.
Equidade e Inclusão
Equidade e Inclusão
Dando continuidade ao Congresso Internacional “Educação: Uma Agenda Urgente”, foi abordado o tema Equidade e Inclusão. Os debatedores discutiram as políticas públicas que já são usadas, mas que ainda precisam ser aprimoradas para garantir o pleno acesso a todos. Destacaram também, os desafios que merecem maior opção e os obstáculos que devem ser rompidos.
O Secretário de Assuntos Educacionais da CNTE, Heleno Araújo, enfatizou que as políticas existentes no país são pouco trabalhadas e ainda insuficientes, e que a luta é para garantir os direitos e inclusão. “O que fazemos é a luta permanente através das nossas entidades filiadas, na perspectiva de garantir a igualdade para todos que se dá pelas condições de inclusão. Fazemos isso ao dar as condições básicas para que o aluno sinta-se à vontade e tenha a oportunidade de freqüentar a escola. Com isso, você já garante boa parte da inclusão no ambiente escolar. Mas, ainda há uma diferença grande do que é colocado na lei e o que de fato é feito. As políticas públicas têm que sair do papel e ser colocadas em prática”.
Uma das debatedoras, a representante da Unicef no Brasil Marie-Pierre Poirier, frisou que o problema não está só na educação, que as desigualdades sociais e educacionais são refletidas uma pela outra. “Os obstáculos estão dentro e fora da educação. É importante que o levantamento feito seja com dados desagregados e avaliar casos mais específicos, dando foco nas crianças mais excluídas.”
O Congresso Internacional “Educação: Uma Agenda Urgente” tem encerramento amanhã com a sessão especial internacional: Movimentos pela Educação na América Latina.
CNTE