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28 de jan. de 2012

O péssimo exemplo da Cerâmica Elizabeth


Por Walter Santos



A expansão do capital

O vozdepedra sugere  que ouçam 
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Um Mil e quinhentas famílias de Mucutu, um assentamento de agricultores com posse sacramentada ainda no Governo Militar, em 1977, em Alhandra, estão correndo o risco de perder seus sustentos e a condição de melhor qualidade de vida.


A grande ameaça, em nome do desenvolvimento, é uma articulação da Prefeitura de Alhandra reproduzindo o interesse da Cerâmica Elizabeth para ocupar a área, fruto de lutas históricas dessa gente sofrida, e nela instalar uma nova fábrica de cimento.


Frei Anástico, sensível com as causas do campo, dos desprotegidos, é quem reproduz a situação de pânico repassando ao Portal WSCOM depoimentos de doer o coração gerados pela ambição econômica, de alguma forma travestida de intenção de benefícios, que pode até existir, mas muito aquém do custo beneficio.



A fábrica promete quinhentos empregos. Na atualidade, conforme Anastácio, somente com a agricultura familiar e outras ações similares Mucutu produz a ocupação de negócios de mais de 15 mil pessoas.

Em tese, não podemos ignorar a atuação da Cerâmica Elizabeth no Conde, onde lidera o mercado de porcelanato nacional mesmo com as fumaças poluidoras do tempo. É mérito dos proprietários, mas há uma série de muita coisa de relato ruim que não pode mais ficar às escondidas, sob o tapete dos tribunais.

Por isso, além de aplaudir o que for de justiça fazê-lo pela ação empreendedora da Cerâmica Elizabeth certamente que será feito com toda a amplitude, por mérito dela, mas a ameaça que a nova vertente da empresa produz para as milhares de famílias de Mucutu, não pode ficar em vão, como se gente fosse tratada como gado sobre terrenos porque, como diz o poeta, “gente é diferente”.

Aliás, os relatos que chegam de Pedra Lavrada são terríveis, dolorosos, e precisam ser conhecidos pela sociedade.

A cerâmica e a prefeitura até devem abrigar o fator econômico, mas precisam priorizar a cidadania, o valor humano de uma comunidade historicamente desprovida de condições e que, anos após conquistar seu auto – sustento, não pode ser jogada fora, ter seus bens diminuídos em nome de toneladas de cimento que devem encher os bolsos de poucos.

A vida, como sempre, deve estar em primeiro lugar.

ÚLTIMA
"Porque gado/ a gente marca/ tange/ ferre/
engorda e mata/ mas com gente é diferente..."