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21 de abr. de 2012
Cássio desabafa e diz que não pode continuar sendo tratado como “ficha-suja”
"Não acho correto continuar sendo tratado como 'ficha-suja'", desabafa senador
O senador Cássio Cunha Lima (PSDB) foi o candidato ao Senado mais votado nas eleições de 2010 obtendo mais de 1 milhão de votos, mas só tomou posse em novembro do ano passado depois que o STF o liberou para assumir o mandato, já que havia sido enquadrado na Lei Ficha Limpa. Apesar de o Supremo Tribunal Federal lhe considerar apto para ocupar o cargo, o paraibano ainda convive com a sombra de quem foi tachado de ficha suja e ficou afastado do mandato por quase um ano.
Em matéria pública pela Folha Online, Cássio acabou fazendo um desabafo e disse que não pode continuar sendo tratado como 'ficha-suja'. Ele foi provocada pela reportagem para saber se situação, com condenações passadas, não limitariam sua atuação na CPMI do Cachoeira. Cássio foi indicado pelo seu partido para compor a Comissão.
"Não acho correto continuar sendo tratado como 'ficha-suja'. Não é porque sofri condenação que já foi cumprida que vou limitar minha atuação no Senado. Eu não posso ser um meio senador", afirmou à Folha.
Confira a matéria da Folha na íntegra:
Escalado pela oposição para integrar a CPI do caso Cachoeira, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) nega que tenha pendências na Justiça Eleitoral que possam classificá-lo de "ficha suja". O senador, que ficou inelegível por três anos e teve o mandato de governador cassado, disse que não vai limitar sua atuação no Legislativo por condenações passadas.
"Não acho correto continuar sendo tratado como 'ficha-suja'. Não é porque sofri condenação que já foi cumprida que vou limitar minha atuação no Senado. Eu não posso ser um meio senador", afirmou à Folha.
Lima assumiu o mandato no Senado em novembro do ano passado depois que o ministro Joaquim Barbosa, do STF (Supremo Tribunal Federal), acatou recurso do parlamentar. Mais votado para o Senado na Paraíba, ele teve sua candidatura barrada com base na Lei da Ficha Limpa.
Em 2009, o tribunal eleitoral cassou o mandato de Cunha Lima, então governador do Estado, por abuso de poder econômico e político nas eleições de 2006.
Em sua decisão, Barbosa lembrou que o plenário do STF decidiu que a Lei da Ficha Limpa não vale para as eleições de 2010 --o que permitiu a Cunha Lima retornar ao Senado.
Apesar da decisão do tribunal, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, chegou a emitir parecer que defendia o indeferimento da candidatura do ex-governador.
As indicações para a CPI vão ser formalizadas até terça-feira. Somente depois disso a comissão será formalmente instalada e poderá dar início às investigações.
Os partidos já indicaram 25 dos 32 integrantes da comissão, mas pode haver mudanças, porque o governo tem procurado selecionar parlamentares mais afinados.
A CPI deverá ter entre seus 32 integrantes 17 deputados e senadores com pendências na Justiça. Entre os indicados estão os senadores Fernando Collor de Mello (PTB-AL) e Romero Jucá (PMDB-RR), que respondem na Justiça respectivamente por corrupção ativa e passiva e crime de responsabilidade fiscal.
Afastado da Presidência da República por corrupção em 1992 e mais tarde absolvido pelo STF (Supremo Tribunal Federal), Collor voltou a enfrentar problemas na Justiça depois de voltar à política e se eleger governador de Alagoas.
Jucá é alvo de inquéritos no Supremo sob acusação de crime fiscal e de responsabilidade, entre outros. Em 2005, ele deixou o Ministério da Previdência em meio a acusações de irregularidades em empréstimos concedidos a uma antiga empresa sua.
A CPI vai investigar a ligação de Cachoeira com políticos e empresas privadas --entre elas a Delta, que mais recebeu verbas do Orçamento do Executivo federal desde 2007.
Entre as prioridades dos futuros membros da comissão, estão as convocações de Cachoeira e do senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), suspeito de usar o mandato para favorecer negócios do empresário.
wscom