As últimas denúncias apresentadas contra médicos de Campina Grande acusados de cobrança de taxas de pacientes para agilizar procedimentos custeados pelo Sistema Único de Saúde trouxe à tona a discussão da ética no exercício diário da Medicina. O problema é mais amplo do que todos imaginam. Informações do Conselho Regional de Medicina (CRM) dão conta que atualmente o Conselho conta com 127 processos abertos contra médicos de Campina Grande. Os procedimentos tratam de condutas ilegais exercidas por profissionais de diversas áreas.
O esquema de cobrança de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) é pior do que se imagina, conforme informou o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Sílvio Alves dos Santos. Ele enfatizou que centenas de médicos praticam irregularidades em Campina Grande em diversas áreas médicas, não ficando restrita apenas a ortopedia.
Sílvio classificou a ação dos médicos de "quadrilha" e não poupou críticas ao Conselho Regional de Medicina e as Secretarias de Saúde do estado e do município, os quais são omissos com os casos.
Ele acrescentou que o problema não envolve apenas o Hospital Regional e o Dom Pedro I, e o médico Godofredo Borborema. Segundo ele, com exceção de alguns profissionais, muitos são os médicos que em praticamente todas as unidades de saúde praticam irregularidades. "Eu entendo que o CRM é corporativista e por isso ninguém é punido. Acho que pior do que isso, é conivente. Eu já desafiei o CRM a me mostrar o nome de um médico que tivesse sido punido por cometer alguma irregularidade. Já vemos casos de criança que foi degolada e outra que morreu asfixiada com grão e ninguém é punido", afirmou.