A verdade é que o governador Ricardo Coutinho não se intimidou com o rompimento de seu aliado, o senador Cássio Cunha Lima. É imperioso reconhecer que ele foi pra cima, especialmente para tentar desfalcar a base do tucano. E tem conseguido marcar alguns pontos importantes, com a adesão de figuras antes tidas como de DNA cassista.
Cássio iniciou a semana sofrendo dois abalos não desprezíveis: o deputado Antônio Mineral, tido como fiel escudeiro de Cássio, e, o mais emblemático, de todos: o empresário Renato Cunha Lima, tio do senador. Um terceiro nome de peso deve anunciar nas próximas horas sua permanência ao lado de Ricardo: Franklin Araújo, ora na PBGás.
E olha que RC já havia conseguido manter o vice-governador Rômulo Gouveia, o que parecia impensável até bem pouco tempo. Afora, é claro, os deputados Manuel Ludgério e Adriano Galdino, os secretários Efraim Morais e Luzemar Martins, além de Antônio Alcântara e Temi Cabral, igualmente identificados com o grupo Cunha Lima.
Talvez o senador Cássio não esperasse que alguns desses ex-aliados, em que depositava tantas esperanças, renunciasse ao seu projeto de disputar o Governo do Estado, em outubro. A estratégia de Ricardo parecer ser exatamente essa: tentar isolar Cássio dos seus aliados, especialmente aqueles mais politicamente identificados.
Talvez o governador alimente a esperança de que, em algum momento, sentindo que está perdendo os amigos e aliados de tanto tempo venha a repensar sua decisão de disputar o Governo. E, pelo andar da carruagem, isso talvez nem seja mais impossível de ocorrer.
Helder Moura