Herbert Cordeiro |
Povo sem memória, povo sem história
Pedra Lavrada, localizada no Seridó Oriental da Paraíba, é conhecida internacionalmente como a “Terra do Minério”. Este título surgiu devido à grande riqueza de minerais em seu solo. Infelizmente, o município enfrenta muitos problemas comuns a pequenas cidades do interior. Um deles já começa em relação à origem do seu próprio nome. Este originou-se de uma pedra, com inscrições deixadas pelos povos antepassados, que em tupi-guarani se escreve Itacoatiara: ita - pedra, coatiara – gravuras.
A Pedra Lavrada está localizada no Sítio arqueológico Canta Galo, que fica aproximadamente a 1Km da cidade. Tem dois tipos de inscrições rupestres: a Itacoatiara e a Agreste, sem dúvida, muito raro em uma pedra só, de acordo com pesquisadores e arqueólogos. Hoje as inscrições encontram-se encobertas pela ação da natureza, e por falta de cuidados por parte do poder público e da população. Segundo a historiadora e pesquisadora Priscila Dias, estas inscrições podem chegar a desaparecer por estarem tanto tempo soterradas.
Apesar de ter sido aprovada a Lei Municipal Nº 001/03, que torna obrigatória a preservação permanente das áreas e localidades com presença de inscrições rupestres e fósseis, não vemos nenhum trabalho de preservação. A câmara de vereadores requereu ao executivo do município um projeto, aprovado em 08 de março de 2013, que visava à revitalização da “Pedra de Retumba”, a “Pedra Lavrada”, porém nada foi retirado do papel. Só restaram as promessas daqueles que tanto empenho mostraram nos discursos políticos. Assim, o que vejo são apenas demagogias políticas, usadas de quatro em quatro anos, quando os políticos precisam do apoio do povo.
E se as inscrições chegarem a desaparecer? O nome da cidade mudará? Pelo visto não. Mas a nossa história, como fica? Os lavradenses de hoje não conhecem essa parte da história de sua terra, pois não há como ler essas inscrições. Então como despertar o interesse dos mais jovens? Como fazer um trabalho de conscientização?
Não queremos que a memória de um povo se perca no tempo, até porque se as inscrições desaparecerem o nome da nossa terra não fará mais sentido algum. As futuras gerações não terão orgulho de uma história perdida. Portanto, a nossa história tem que ser “escavada” para trazer de volta aos olhares do nosso povo e visitantes a beleza e a importância da “pedra lavrada”, que é nosso maior patrimônio histórico.
EEEM Graciliano Fontini Lordão
Aluno Gabriel Hebert Souza
Professora Romana Lúcia Meira Sampaio
Texto Classificado na OLP de 2014