18 de nov. de 2020

Mais essa: Novo vírus assusta a Bolívia e passa a ser transmitido entre humanos

O que sabemos sobre o novo vírus que matou 3 pessoas na Bolívia

 
zCientistas da Bolívia e dos Estados Unidos relataram, nesta semana, evidências da transmissão entre humanos do raro vírus Chapare, em 2019, em La Paz, na Bolívia. A virose causa febre hemorrágica, que pode ser mortal e tem sintomas parecidos os do ebola e da dengue. Por enquanto, os pesquisadores não têm muitas informações sobre o vírus. A boa notícia é que ele não é tão transmissível quanto o novo corona vírus, que causa a covid-19. Até o momento, não há relatos dele fora da Bolívia.

Em entrevista ao jornal The Guardian, a epidemiologista Caitlin Cossaboom, do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos, afirmou que três pessoas já morreram por causa deste vírus.

“Nossa pesquisa confirmou que um jovem residente médico, um médico da ambulância e um gastroenterologista contraíram o vírus após terem contato com pacientes infectados. Agora, acreditamos que muitos fluidos corporais podem potencialmente carregar o vírus.”

 Vírus está presente em roedores O vírus Chapare é um arenavirus do Novo Mundo, um grupo de vírus causadores de febre hemorrágica, doença que pode ser mortal e incluem sintomas como febre, fortes dores no corpo, vômito, feridas na pele e sinais múltiplos de hemorragia. Assim como o novo coronavírus, também é um vírus zoonótico, ou seja, está presente em animais —no caso, em roedores. Os arenavirus sul-americanos são conhecidos desde os anos 1950 —inclusive no Brasil—, mas a sua transmissão para humanos é considerada muito rara. A pessoa precisa ter contato com fezes e urina do animal contaminado. Segundo o Ministério da Saúde da Bolívia, a febre hemorrágica causada pelo vírus não possui tratamento. É possível fazer apenas o suporte com medidas gerais que permitem que o corpo de uma pessoa derrote o vírus. "Não existem antivirais específicos para esse tipo de doença, é claro que, em termos de opções terapêuticas, se aproveita tudo o que a humanidade tem em mãos", declarou, em 2019, a ex-ministra da Saúde, Gabriela Montaño.

Os arenavirus sempre existiram, por milhões de anos, em seus hospedeiros originais, mas passaram a infectar humanos após mudanças ambientais provocadas agricultura e crescimento das cidades, o que gerou uma explosão na população de ratos.


 Do UOL