O vice-governador da Paraíba, Rômulo Gouveia (PSD), anunciou no início da tarde desta sexta-feira (27) o rompimento político com o governador Ricardo Coutinho (PSB). Ele justificou a decisão dizendo que o socialista não cumpriu o compromisso de lhe garantir a candidatura ao Senado Federal. Rômulo anunciou que ele e seu partido vão apoiar a candidatura do senador Cássio Cunha Lima (PSDB) ao Governo do Estado.
Rômulo disse que a decisão não foi tomada isoladamente, pois consultou lideranças municipais e os diretórios do PSD antes de fechar a questão. Ele disse que o ponto crucial para isso foi a aliança firmada pelo PSB de Ricardo com o PT, que alavancou Lucélio Cartaxo (PT) para a disputa pelo Senado. O vice-governador disse que soube desse acordo pelo secretário chefe de Governo, Ivan Burity, quando já estava fechado e considerou isso um desrespeito com o PSD .
“Eu estava voltando de viagem no domingo, depois de cumprir agenda como candidato a senador e ele [Burity] me comunicava que estava fechado acordo com o PMDB e com o PT. E me convidava para participar do anúncio, eu disse que não me pedisse isso, porque não teria condições”, disse Gouveia. Ele explicou que depois disso conversou com Cássio e decidiu volta a integrar o grupo do seu padrinho político.
Em uma carta, lida antes da entrevista coletiva que aconteceu na Associação Paraibana de Imprensa (API), Rômulo afirmou que o governador disse diversas vezes em público que ele seria o senador da sua chapa. Segundo o vice-governador, havia o compromisso de que o PSD seria consultado em qualquer negociação de aliança que fosse aberta.
Rômulo chamou de descumprimento inexplicável de compromissos e loteamento de cargos a parceria firmada por Ricardo Coutinho com o PT na última quarta-feira (25). “O PSD em momento algum foi consultado e em momento algum abrimos mão da nossa candidatura ao Senado”, afirmou.
Ele disse que a amizade que mantém com Cássio não foi afetada pelo período em que defendeu a candidatura de Ricardo à reeleição. Rômulo afirmou também que não vai integrar a chapa majoritária tucana e sim vai tentar voltar a ser deputado federal, cargo que ocupou antes de ser vice-governador.