A irlandesa Michelle Hui ficou muito abalada ao saber que havia perdido seu bebê na sexta semana de gravidez. Mas, dez dias depois, a alegria voltou ao seu lar, quando um exame detectou um leve batimento cardíaco enquanto ela se preparava para fazer a limpeza do útero. Sem saber, ela estava grávida de gêmeos, e a irmãzinha do bebê abortado estava viva, segundo ela contou à reportagem do jornal britânico "Daily Mail".
Michelle caminhava perto de sua casa no Estado de Kildare, na Irlanda, quando sofreu um aborto espontâneo. Era o dia 19 de julho de 2013. Ela realizaria seu primeiro ultrassom no dia seguinte.
Seguindo orientação médica, ela buscou atendimento em um hospital na capital Dublin. Segundo ela, dois médicos do hospital Rotunda realizaram cinco exames e concluíram que ela não estava mais grávida.
A irlandesa recebeu então duas pílulas abortivas e foi liberada para voltar para casa após ter ficado uma noite internada. "Eu estava arrasada por ter perdido o bebê. Saí com alguns amigos e tomei uma garrafa e meia de vinho. Não sou de beber, mas estava muito triste", conta Michelle.
Os médicos que a atenderam pediram que ela fizesse outro teste de gravidez após dez dias. O exame serviria para indicar se coágulos prejudiciais à sua saúde tinham permanecido no útero. Como deu positivo, Michelle voltou ao hospital para realizar uma curetagem (procedimento cirúrgico para limpeza do útero).
Foi aí que os médicos ouviram o batimento cardíaco que fez renascer as esperanças de Michelle.
"Os dez dias entre o aborto e a minha volta ao hospital foram muito difíceis. Eu estava arrasada. Mas então eu ouvi aquele pequeno coraçãozinho. Pensei que não poderia estar certo. Depois de tudo o que eu tinha passado, era difícil ter esperanças de volta", afirma.
"O médico consultou outro mais experiente, fizeram checagens e me disseram: 'Você não vai acreditar, temos um batimento cardíaco de um bebê no seu útero'", acrescenta. Foi a melhor notícia de sua vida.
A pequena Megan Hui - que, segundo a mãe, significa "forte" - nasceu em 25 de fevereiro deste ano, com 2,721 kg. Ela é a caçula de mais dois irmãos. A bebê está forte e saudável. "Os médicos dizem que foi uma bênção, que nunca viram nada semelhante."
Erro Médico?
Ao mesmo tempo que ficou muito feliz, Michelle diz que sentiu raiva dos médicos por não terem identificado o feto antes, nos exames que fizera após o aborto. "Eles disseram que o sangue e os coágulos produzidos pelo aborto causaram uma espécie de 'sombra', que impediu a identificação da existência do bebê sobrevivente", conta Michelle. Procurado, o hospital não quis se manifestar.
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