Previsão é relativa ao período que vai deste mês a fevereiro de 2014; dados foram apresentados pelo meteorologista Antônio Divino Moura
A seca que atinge o semiárido nordestino deverá ter uma trégua a partir do próximo ano. A previsão dos meteorologistas é de que o índice pluviométrico da região voltará à normalidade entre este mês e fevereiro, justamente na época do ano que marca o início do período chuvoso no Sertão da Paraíba. As estimativas foram apresentadas ontem, em Campina Grande, na abertura do 'I Workshop Internacional sobre Água no Semiárido Brasileiro'.
A previsão é relativa ao período que vai deste mês a fevereiro de 2014. Os dados foram apresentados pelo meteorologista Antônio Divino Moura, do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), que proferiu a palestra de abertura do evento. “Nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, as previsões estão em torno do normal de chuva, dentro da climatologia da região. Já em 2012 e 2013 houve déficits de precipitação”, explicou.
De acordo com o especialista, por enquanto não há indícios de seca para os próximos meses, mas destacou que ainda não é possível apresentar dados confiáveis para todo o ano.
“A previsão mostra condições praticamente normais, mas para além de três meses ainda é muito incipiente. A metodologia mais robusta de prever chuvas no Nordeste tem a ver com o deslocamento das zonas de convergência entre os trópicos e ela depende muito de como está a temperatura do Atlântico”, ponderou.
A previsão oficial das chuvas na Paraíba para os primeiros três meses de 2014 será apresentada no próximo dia 18, na sede a Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (AESA), em Campina Grande.
A programação do workshop vai até amanhã, com palestras, debates, mini-cursos e apresentações de trabalhos científicos. De acordo com os organizadores, mais de 500 pessoas estão inscritas, entre pesquisadores, estudantes e integrantes de entidades que atuam em projetos de convivência com a estiagem.
“É preciso saber que atitudes precisam mudar e que políticas precisam ser implementadas para ajudar o nordestino a conviver com as secas, porque a seca é permanentemente, você vai ter sempre seca. Então o problema maior do nordestino é se adaptar à estiagem. Enquanto não aprendermos a conviver com a seca, vai ter sempre essa polêmica”, defendeu o professor Manoel Gomes Filho, coordenador do workshop.
Hoje os reitores das Universidades Federais da Paraíba (UFPB) e de Campina Grande (UFCG) e o reitor da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) vão participar de um debate sobre a atuação das universidades no semiárido nordestino.
Jornal da Paraíba