A vida de Virgulino Lampião que viveu no início do século passado e atuou no sertão nordestino, tido como herói por uns, e assassino e ladrão por outros, virou mais um livro. O cangaceiro que viu seus pais serem assassinados e espalhou uma onda de vingança e terror pela região seria gay, segundo livro.
O personagem é tema do livro “Lampião, o Mata Sete” do juiz aposentado e advogado Pedro de Morais, que seria lançado no próximo dia 1° de Dezembro, na sede da OAB de Sergipe, e que defende que o rei do cangaço era homossexual. Padre Cícero, emboscadas, perseguição policial e o ambiente carente do sertão são pontos abordados pelo livro que vai além e conta o dia a dia no bando de ladrões que viraram heróis por combater o poder estabelecido e coronelista da época.
Não é o primeiro trabalho que afirma que o homem temido por uns e adorado por outros era do bordado e não do babado. É sabido que Lampião era hábil costureiro e confeccionava suas próprias vestimentas e calçados. Há até boatos de que um de seus homens, Corisco, era seu amante e que Maria Bonita só foi aceita no bando para afastar a fama de baitola do chefão. A fama de feia da tal Maria Bonita, mulher macho sim senhor também é abordada no livro.
O livro apresenta diversos relatos e estudos sobre a teoria de que Lampião era um homossexual. Entre elas, a teoria do professor Luiz Mott, doutor em antropologia, do Grupo Gay da Bahia, que força teses anteriores de que Lampião não era machão em sua intimidade e adorava perfume francês, usava um lenço de seda e muitos anéis nos dedos.
Ao ser morto em 1938, Lampião, Maria Bonita, Corisco e outros do bando tiveram suas cabeças decepadas e exibidas em praça pública. Por décadas as famílias não conseguiram dar um enterro digno a estas figuras lendárias da história brasileira. Parece que até hoje eles estão condenados a não descansarem em paz.
Ação na justiça - A família de Lampião conseguiu na Justiça sergipana impedir, na noite de quinta-feira(24), o lançamento do livro ‘Lampião, o mata sete’, de Pedro de Morais, que sustenta que o cangaceiro era gay.
Em Aracaju, vivem uma filha de Lampião, Expedita, e netos.
Segundo o cineasta Zoroastro Sant'Anna, que faz um filme sobre Lampião, há 186 livros sobre o valentão, mas, nenhum questionou sua sexualidade.