Continuísmo: Novos prefeitos começam a montar suas equipes com base em velhos requisitos.
Critério político é o que prevalece na escolha dos secretariados municipais.
Por Redação da Folha – Novos prefeitos; velhas maneiras. Os gestores eleitos repetem os mesmos vícios dos seus antecessores e isso é notório na primeira ação que desempenham antes da posse, que é a escolha do secretariado.
Quando assumirem em 1º de janeiro, os novos prefeitos já estarão ladeados pelos seus secretários. O critério dessa escolha repete um problema histórico, que é a nomeação por um requisito estritamente político, sem considerar a competência e a habilidade do indicado. Aliás, os nomes que vão ocupar o primeiro e segundo escalões das administrações municipais geralmente são conhecidos antes mesmos das eleições, resultado de acordos eleitoreiros, conforme apurou a reportagem.
Vestir a camisa do candidato, erguer mais alto sua bandeira e se empenhar de corpo, alma e finanças em uma campanha é o que garante uma secretaria, não importando muito o desempenho do secretário, até porque o chefe do poder executivo já foi amarrado pelo conchavo eleitoral.
Embora em municípios como os do Vale, o poder administrativo seja concentrado nas mãos do prefeito, os secretários exercem um papel importante na gestão pública e podem ser o sucesso ou o fracasso de uma administração.
A escolha por interesse meramente político-eleitoreiro não significa que todos os escolhidos sejam impróprios ou incompetentes; há nomeações que conseguem abarcar os dois requisitos, o da política e o da competência, mas essa coincidência não é regra.
Folha do Vale