18 de nov. de 2012

Situação da seca no Nordeste deve piorar em 2013


Apesar da multiplicação de cisternas, a situação pode ficar mais grave este mês e piorar no próximo ano.

Os investimentos no Semiárido nordestino minimizaram fortemente os efeitos da seca, proporcionando melhores condições aos moradores, que enfrentem uma das mais graves estiagens dos últimos 30 anos. É o que declarou ontem Antônio Gomes Barbosa, coordenador do Programa Uma Terra e Duas Águas, da rede de organizações Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA). Mas reconhece que, a partir deste mês, a situação tende a ficar mais grave, castigando a região em 2013.

“Nos últimos 10 anos, passamos por um processo de construção de cisternas. Hoje, há quase 700 mil no Semiárido, onde as famílias podem guardar água de qualidade. Por isso, a pressão (dos efeitos da seca) é menor”, explicou.

As chuvas típicas de abril e maio ficaram abaixo dos níveis esperados. Pelas previsões do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), as precipitações podem ficar aquém do previsto na última semana de novembro. A previsão é que chova em janeiro, em algumas cidades e abaixo do volume necessário para reverter o cenário.

Barbosa alertou que as águas estocadas em 2011 acabaram em alguns municípios. O problema, segundo ele, não está limitado às zonas rurais. “Várias famílias abandonaram casas e roças e foram para as cidades. Parte dos animais, base econômica de muitas famílias, foi perdida”, contou.

Mais de 39 mil moradores de São José do Egito, no Sertão pernambucano, está sem qualquer fonte de água há um mês. A população depende da água trazida de outras regiões para sobreviver e alimentar os animais. Segundo Barbosa, o Governo deixou de se preparar para a estiagem, apesar de as organizações alertarem sobre a possibilidade de agravamento.

Para o coordenador da ASA, o problema da seca no Semiárido “não é um problema da natureza, mas um problema político”. Barbosa defende a ampliação de investimentos em infraestrutura hídrica que possibilitariam o convívio das populações com a seca característica do Semiárido. (das agências de notícias)

ENTENDA A NOTÍCIA

Um dos maiores desafios no desenvolvimento regional, o convívio com as secas em todo o Brasil - particularmente, no Nordeste -, continua a ser um dos grandes dilemas do País, apesar dos declarados esforços oficiais para minimizá-lo.

opovo.com.br via
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