25 de out. de 2011

Veneráveis ladrões! Até quando?


Chico Pinto
Caso um dos meus seis ou sete leitores resolva pesquisar um pouco o passado e queira saber quais foram os dez mais famosos ladrões da história universal, sem nenhuma dúvida, se deparará com os nomes de Dimas e Gestas, Prometeu, Robin Hood, Blackbeard, Jesse James, “Babyface” Nelson, Bonnie e Clyde, Ma Barker, Dick Turpin e François Villon.

Se esse mesmo leitor, também decida comparar as ações dos ladrões do passado com os de hoje, verificará que eles foram “fichinhas” diante da esperteza dos engravatados e sofisticados larápios de hoje em dia. São ladrões, na maioria das vezes, travestidos de bom moço, mas que não passam de pústulas especializadas em surrupiarem, com maestria, o dinheiro público destinado ao contribuinte.

São pessoas desprovidos de qualquer sentimento de dignidade, pois são capazes de subtraírem para si e seus comparsas, o dinheiro destinado à saúde, segurança e educação. Roubam sem qualquer sentimento de culpa as verbas dirigidas ao combate da fome e da miséria, da infraestrutura e até mesmo aquelas destinadas aos hospitais que cuidam do câncer e de outras doenças graves.

Mas, que fique claro, que só existe esse amontoado de roubalheira, simplesmente por que a impunidade permite. Um exemplo: de cada R$ 100,00 desviados por corrupção o Governo Federal só recupera R$ 2,34. São dados oficiais. Desde 2003, a União ajuizou ações para cobrar R$ 67,9 bilhões (eu disse bilhões) desviados ou mal empregados. A cada R$ 100,00 que escorreram pelo ralo da corrupção, conseguiu reaver, de 2003 a 2010, na Justiça, R$ 2,34, ou seja, apenas 1,5 bilhão. 

Os dados são da Advocacia Geral da União (AGU), órgão responsável pelas ações de cobrança. Um desempenho medíocre, fruto da morosidade dos tribunais e da omissão dos ministérios na análise das prestações de contas de entidades, prefeituras e estados conveniados.

Enquanto isso ocorre como se fosse uma banalidade qualquer, a Revista Veja, desta semana, alude na sua reportagem de capa, que a “corrupção drena anualmente dos cofres públicos a gigantesca quantia de 85 bilhões, o equivalente a 2,3% de toda a riqueza produzida pelo país. Se fosse usado para fazer investimentos públicos, esse dinheiro resolveria alguns dos mais sérios problemas brasileiros”.

Com essa dinheirama toda daria para “erradicar a miséria; custear 17 milhões de sessões de quimioterapia; custear 34 milhões de diárias de UTI nos melhores hospitais; construir 241 quilômetros de metrô; construir 36.000 quilômetros de rodovias; construir 1,5 milhão de casas; reduzir 1,2 ponto porcentual na taxa de juros; Dar a cada brasileiro um prêmio de 443 reais; custear 2 milhões de bolsas de mestrados; comprar 18 milhões de bolsas de luxo (iguais àquelas com que os corruptos presenteiam sua mulher e amantes)”.

Diante desse alarmante quadro, desse descalabro, a população brasileira precisa de um pouco mais de indignação, sair às ruas e cobrar mais severidade para aqueles pilhados roubando o dinheiro da Nação. Exigir mudanças na legislação que permitam o cumprimento de penas mais severas para os dilapidadores do erário público.

Precisamos ficar atento às ações dos políticos desonestos, àqueles que embolsam o dinheiro para o enriquecimento pessoal e o financiamento de campanhas de seus partidos, causador de sérios malefícios ao povo brasileiro.
Indignação é a palavra certa!

Via Blog do Tião Lucena