Veja como as escolas de hoje devem ensinar os alunos a pensar e desenvolver o senso crítico
Segundo especialistas, pais e mães devem estar presentes no cotidiano escolar
Foto: Getty Images
Foto: Getty Images
O modelo antigo da escola que formava doutores não cola mais. Também não cola mais a ideia de que é da escola a obrigação de educar os filhos. Essa ideia, aliás, é errada. A escola é mais uma maneira de educar. Família, amigos, televisão e internet também são formas de educação, diz Mario Sergio Cortella, filósofo e professor. Não é por isso, porém, que vale matricular o filho em qualquer lugar. Ao contrário, escolher o colégio que mais se ajusta ao perfil da família é como provar vários pares de sapatos até encontrar o mais confortável a escola tem que compactuar com os interesses de pais e filhos.
Atualmente, para muitas escolas, o maior valor da educação é ensinar o aluno a pensar. Quase não existe mais espaço para aquela didática voltada à matéria decorada, à pedagogia da imposição das ideias. A abordagem é reflexiva, induz o estudante a desenvolver pensamentos coerentes e o senso analítico. A boa escola acompanha os problemas mundiais e éticos de maneira mais ampla. Não há colégio separado do que está acontecendo na sociedade. O que diferencia um de outro é o foco e a eficácia da articulação para discutir um problema, diz a diretora Cristine Conforti, de São Paulo.
Estudo e internet
A configuração do estudo também mudou. Hoje, os trabalhos escolares exigem muito mais do aluno. Primeiro, por questão de coerência: se a ideia é estimular a reflexão, não faz sentido decorar um questionário para a prova. Então, a formatação do trabalho tem que ser estimulante, gerar muitas perguntas e soluções. Segundo, para impedir (ou tentar impedir) que os estudantes copiem descaradamente as informações da internet e entreguem ao professor.
Os professores precisam ficar atentos: a internet facilita a pesquisa, mas pode viciar o aluno preguiçoso, que tende a ficar com o que encontra de imediato. Por isso, a família precisa acompanhar o desenvolvimento do trabalho escolar.
Consumo e saúde
As informações do mundo virtual também estabelecem padrões de comportamento. Por meio delas e de outros tipos de comunicação, crianças e adolescentes são bombardeados com conceitos de consumo e beleza, que determinam ou não sua inclusão em tribos e acabam influenciando seu pensar e agir. Assim, ter um perfil no Facebook pode ser algo normal ou um mecanismo de uso equivocado. "Mostramos como o Facebook ou o YouTube podem expor os alunos. Com sutileza, questionamos se o adolescente mostra sua vida na internet de maneira saudável ou se é só para chamar atenção e fazer sucesso entre os colegas", afirma o coordenador pedagógico Eduardo Campos.
A nova família
A diversidade familiar é outro tema que ganhou espaço no colégio, já que a família se transformou num grande mosaico. Existem os casais tradicionais, os que estão no segundo casamento, as mães de produção independente, os pais que ganham a guarda dos filhos, os casais gays e assim por diante. Na nova salada social, a escola também assume posturas para aliviar os confrontos que o novo quadro pode gerar. Mostramos que o preconceito é impeditivo, que ele bloqueia a produção do conhecimento, afirma Ausonia Donato.
Independentemente da configuração da família, o importante é ela manter seus papéis essenciais. Ainda permanece a ideia de que o comando vem do pai e/ou da mãe, diz a psicóloga Ceres Alves de Araujo. Cabe a eles cuidar para que os filhos tenham essa certeza. É importante que pais separados mantenham a noção estrutural da família, afirma o psicólogo Paulo Afonso Caruso Ronca.
do mdemulher.abril.com.br