17 de nov. de 2011

Auditoria descobre 120 mil alunos fantasmas nas escolas do estado


Embora tenham número de matrícula ativo, os alunos fantasmas não frequentam a escola desde o início do ano

 Uma auditoria da Secretaria estadual de Educação revelou que 120 mil estudantes matriculados em toda a rede só existem nas estatísticas.
Embora tenham número de matrícula ativo - alguns chegam a ter registro de presença e notas -, os alunos fantasmas, como noticiou Ancelmo Gois em sua coluna no GLOBO, não frequentam a Escola desde o início do ano. Em algumas unidades, mais de 60% dos estudantes, na verdade, abandonaram os estudos.
Segundo fontes da secretaria, a investigação começou quando o Ministério da Educaçãocobrou explicações sobre a baixa participação das Escolas do Rio no Educacenso - levantamento anual que dá origem aos números do Índice de Desenvolvimento da EducaçãoBásica (Ideb) e que orienta a liberação de verbas para os colégios no ano seguinte.
Até setembro, cerca de 60% dos diretores de Escola ainda não tinham respondido ao questionário. O prazo terminava em agosto.
Para evitar o cancelamento dos repasses federais, a Secretaria de Educação assumiu o compromisso de enviar os dados ao ministério. Na hora do levantamento, a surpresa: do total de 1,175 milhão de alunos cadastrados, só 1,055 milhão realmente estavam estudando. A evasão deveria ter sido notificada pelos diretores no fim de maio.
Pelos 120 mil alunos fantasmas, as Escolas receberam R$297 milhões até novembro de 2011 só em verbas estaduais. Atualmente, a Secretaria de Educação investe R$2,7 mil por ano para cada estudante.
- Com dados corretos, poderemos investir 30% a mais nos alunos em 2012. O investimento por aluno será de R$3,5 mil - disse o secretário de Educação, Wilson Risolia.
Com a descoberta do problema, a secretaria vai acompanhar mais de perto o cadastro de dados das Escolas. Estuda-se, inclusive, a adoção de visitas às unidades para conferir informações sobre alunos. - Estamos orientando e advertindo onde encontramos erros - disse Risolia.
O Globo