Durante 45 dias o fisco paraibano parou de funcionar. O Estado teve um prejuízo de 45 milhões de reais. Caminhões ficaram parados nas cancelas, cargas mofaram no porto de Cabedelo, comerciantes não renovaram os estoques, quem comprou de muito para revender, encalhou a mercadoria, porque a lei diz que somente o auditor fiscal tem prerrogativa para cobrar imposto, liberar carga, definir alíquotas e fazer os caminhões andarem.
Nesta sexta, o Tribunal de Justiça da Paraíba entendeu que a greve do fisco é ilegal. Mandou acabar o movimento, determinou a volta imediata ao trabalho e estipulou uma multa diária de 100 mil reais em caso de desobediência.
Certamente, o fisco voltará a funcionar, até porque não é salutar para a categoria angariar ainda mais a antipatia do distinto público. O povão não entende porque o fisco, a exemplo das demais categorias de funcionários públicos, não esperou o aumento de janeiro, querendo a todo custo receber agora, botando a faca no pescoço de governador e afirmando “ou dá ou desce”.
Mas a pergunta que não quer calar é esta: quem vai pagar o prejuízo? Esses 45 milhões que sumiram pelo ralo, quem vai repor? O governo, que não atendeu de imediato o pedido dos grevistas, ou os grevistas que, na impaciência comum aos apressados, não quis esperar o começo do ano para deixar tudo nos trinkes?
Não me peçam para responder esta pergunta, porque não sei. Deixo a indagação no ar e espero ouvir de vocês, leitores, uma resposta.
Tião Lucena