18 de jun. de 2012

ESCÂNDALO NA POLÍCIA: Omissão Criminosa; Vítimas da chacina em Mangabeira passaram 47 minutos implorando por socorro ao CIOP


Foram 47minutos de horror e desespero vivido pelas quatro mulheres e um homem chacinados em um prédio público abandonado no bairro de Mangabeira. 


A chacina que abalou a cidade pela crueldade com que as vítimas foram abatidas tem um agravante: todo drama foi gravado e levado ao conhecimento da cúpula da SSP na última reunião do Comitê de Gestão.  


Um secretário estarrecido com o quadro de agonia e aflição relatado na fita terminou por concluir que a omissão da polícia diante do apelo das pessoas chacinadas poderia resultar na demissão em massa dos responsáveis, inclusive a dele e a do comandante geral. 


Súplicas, pedidos de clemência, desespero, enfim, nada disso comoveu os plantonistas do CIOP naquela noite fatídica, onde cinco pessoas desperdiçaram tempo e, por último a vida implorando socorro a um órgão que, em tese, teria por finalidade e obrigação providenciar o socorro solicitado.


A fita é por demais angustiante e causou comoção aos que compareceram a reunião da última quarta-feira na sede da SSP, entre eles todos os comandantes de batalhão, além do secretário Cláudio Lima e demais assessores. 


Os gritos e as súplicas das mulheres por socorro lembravam os filmes de horror e contrastavam com a indiferença dos servidores do CIOP que permaneceram impassíveis até que os assassinos concluíssem tranquilamente a chacina, para só então comunicarem o fato as viaturas de plantão.


As mortes foram atribuídas depois pela polícia como sendo acerto de contas entre traficantes. Mas a fita mostra outra coisa completamente diferente e reforça as acusações do padre Luiz Couto de que, essas mortes teriam a participação de policiais.


Nem o secretário Cláudio Lima soube responder por que o CIOP não tomou as providencias exigidas para a ocasião, apesar da fita comprovar que as vítimas passaram 47 minutos implorando por socorro.


A questão dos grupos de extermínio e a sua relação com a Polícia e o fato do comandante geral, coronel Euller Chaves, ser acusado pelo corregedor da SSP, coronel Siqueira da PM de Pernambuco, de não ter coragem nem pulso para investigar e punir os envolvidos, agrava ainda mais o episodio que vitimou cinco pessoas, chacinadas depois de implorarem em vão por socorro ao órgão mantido com o dinheiro do contribuinte para este fim.


Não se sabe ainda quais as providências tomadas. De concreto, apenas a ausência do coronel Euller na reunião onde a fita foi passada relatando a omissão criminosa de policiais que resultou no trucidamento de cinco pessoas.


A ausência do coronel foi o prato de resistência e motivou comentários os mais deploráveis. De acordo com informações de pessoas presentes a reunião, Cláudio Lima não teria estranhado a ausência de Euller. “Eu tinha certeza que ele não viria”, teria dito o secretário diante da cadeira vazia do comandante da PM, na sala de reunião para ouvir a fita tão devastadora sobre a omissão do aparelho policial.


JampaNews