Segundo o artigo de Gilvan, o ex-secretário teria cometido irregularidades com mais de R$ 24 milhões.
O ex-deputado e
advogado Gilvan Freire publicou artigo, na tarde desta quinta-feira
(14), na sua coluna no Portal WSCOM, acusando o ex-secretário estadual
de Educação, Afonso Scocuglia, de corrupção.
Segundo o artigo de Gilvan, o
ex-secretário teria desviado mais de R$ 24 milhões da pasta,"recursos do
ensino público estadual, destinados a alunos carentes - pobres filhos
de pobres".
Após a denúncia do colunista, o WSCOM procurou o ex-secretário Scocuglia para ouvir a sua versão sobre as acusações, mas ele não atendeu as ligações da reportagem.
Veja o artigo de Gilvan Freire:
O NOTÁVEL PROFESSOR DA GATUNAGEM
Gilvan Freire
Não uma ponta do iceberg (1), mas é
grande parte do Iceberg todo que já está à vista no mar agitado da
corrupção que banha o Estado da Paraíba hoje. Quem diria, meu Deus do
céu, que tivéssemos de passar por isso exatamente na época em que o
povo, por maioria estreita de votos, desejou fazer uma experiência nova
de administração pública, a fim de premiar um homem político devotado às
causas populares, que, embora não fosse muito jovem (beirava os
cinquenta anos), achava-se no direito de governar também seu Estado. Foi
uma briga paroquial e burra entre os maiores líderes da província que
criou uma brecha por onde ele se espremeu e passou de fininho.
Mas isso só interessa ao caso ora
enfocado porque é nesta Paraíba alarmada onde acontece de tudo,
exatamente ao contrário do que o povo esperava acontecer. É que o povo
serve para tudo numa eleição, menos para adivinhar as intenções e as
fraquezas de seus líderes. Mas vamos ao que importa agora: uma corrupção
monstruosa e monumental ocorrida há pouco e praticada por um professor
ilustrado contra os recursos do ensino público estadual, destinados a
alunos carentes - pobres filhos de pobres.
O NOME DO RATO É SCOCUGLIA
Era ainda dezembro de 2011 quando a Controladoria Geral do Estado, atordoada, verificou que o segundo secretário de Educação da Paraíba em poucos meses de governo, recrutado como o primeiro dos quadros da UFPB, gastava montanhosas verbas de sua pasta como um bodegueiro que é dono absoluto de sua gaveta. Já estava um pouco tarde para evitar a consumação do delito que faria sangrar do gavetário do titular da pasta a fantástica quantia de R$ 24.051.344,22. Isso mesmo: 24 milhões e pouco de reais, suficiente para comprar 1000 carros populares. Mas ainda que fosse tarde (grande fração do dinheiro estava ainda em fase de liberação), o Controle Interno mandou o secretário bloquear. O homem desobedeceu e liberou a fábula. O governador o demitiria mais tarde, mas o nomeava Assessor Especial, não antes de obrigá-lo a fazer pelo menos uma Sindicância para amenizar o possível escândalo. Afinal, esse homem saberia muito para receber um prêmio depois de praticar um roubo tão grande.
Era ainda dezembro de 2011 quando a Controladoria Geral do Estado, atordoada, verificou que o segundo secretário de Educação da Paraíba em poucos meses de governo, recrutado como o primeiro dos quadros da UFPB, gastava montanhosas verbas de sua pasta como um bodegueiro que é dono absoluto de sua gaveta. Já estava um pouco tarde para evitar a consumação do delito que faria sangrar do gavetário do titular da pasta a fantástica quantia de R$ 24.051.344,22. Isso mesmo: 24 milhões e pouco de reais, suficiente para comprar 1000 carros populares. Mas ainda que fosse tarde (grande fração do dinheiro estava ainda em fase de liberação), o Controle Interno mandou o secretário bloquear. O homem desobedeceu e liberou a fábula. O governador o demitiria mais tarde, mas o nomeava Assessor Especial, não antes de obrigá-lo a fazer pelo menos uma Sindicância para amenizar o possível escândalo. Afinal, esse homem saberia muito para receber um prêmio depois de praticar um roubo tão grande.
Pois bem, o governo, generoso e
complacente com os vadios, já constatou, amaciando um pouco, que o
superfaturamento foi de 40% com relação aos preços coletados em João
Pessoa, o que deve representar mais de 100% se a coleta for feita junto
aos fabricantes dos produtos entregues (?). Pior, oficialmente está
constatado que os produtos nem de longe correspondiam em qualidade,
especificações e quantidade aos que foram adquiridos. E ninguém se
atrevia a dá recebimento desses materiais nas regiões de ensino,
simplesmente porque eles teriam supostamente chegado aos destinos à
noite, de madrugada, nos sábados e domingos. 13 regiões de ensino do
Estado já passaram atestado de como se deu o latrocínio (sim, porque
assaltaram a mais de 1 milhão de alunos e mataram as sua esperanças num
país sério).
Mas isso pode ser fichinha, pois esse
gabiru travestido de educador mexeu com R$ 72.000.000,00 (setenta e
dois milhões de reais) de verbas públicas e vários negócios milionários
escusos. Está rico. Pobres são os alunos e a Paraíba.
Aguardem. Vou contar detalhes. Mas,
‘para não dizer que não falei de flores’, anotem o nome do rato cotó que
foi colhido pela ratoeira e deixou o rabo preso: Scocuglia – Afonso
Celso Caldeira Scocuglia. Nessa caldeira estamos todos queimados. Talvez
ele também.
Mas, porque ele se atreveu tanto?
(1)Iceberg: Plataformas de gelo que navegam submersas nos oceanos e vez por outra aparecem na superfície.
Este artigo integrará o futuro livro:
‘PREVISÕES POLÍTICAS DE UM VIDENTE CEGO’
E-mail: gilvanfreireadv@hotmail.com
Este artigo integrará o futuro livro:
‘PREVISÕES POLÍTICAS DE UM VIDENTE CEGO’
E-mail: gilvanfreireadv@hotmail.com