6 de jun. de 2012

Alerta para a seca não virar palanque


Situação de emergência em 868 municípios nordestinos faz com que entidades peçam ao TSE campanha em favor do voto limpo


A seca na região do semiárido brasileiro considerada a pior dos últimos 30 anos já levou mais de 868 municípios nordestinos a terem situação de emergência reconhecida pelo Ministério da Integração Nacional. Segundo último balanço feito ontem pelo ministro da pasta, Fernando Bezerra, o número deve subir para 900 cidades até o fim de semana. O governo federal já repassou aproximadamente R$ 3 bilhões para ações de enfrentamento à estiagem, entre elas a construção de cisternas, crédito extraordinário, Seguro Safra e Bolsa Estiagem. Porém, organizações civis alertam para o perigo de candidatos as eleições municipais se aproveitarem da situação para angariar votos. 


As medidas emergenciais são alvo de críticas, por exemplo, da rede Articulação no Semiárido (ASA), formada por mais de 750 organizações da sociedade civil que atuam na gestão e no desenvolvimento de políticas de convivência coma região. A ASA argumenta que esse tipo de ação somente na forma de assistencialismo fortalece a chamada “indústria da seca”, principalmente, em ano de eleições municipais. Com essa preocupação, a ASA enviou na tarde de ontem um documento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), endereçado à ministra Cármen Lúcia, presidente do TSE, solicitando ao órgão que faça uma campanha em favor do voto limpo no Nordeste brasileiro. A assessoria de imprensa do TSE afirmou que vai aguardar recomendação da presidente para se pronunciar oficialmente. No entanto, Cármen Lúcia já defendeu publicamente o voto limpo.


Correio Braziliense
Paula Filizola e Grasielle Castro


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