Por Márcio Vasconcelos SoutoEste ano comemoramos o centenário de Luiz Gonzaga. Você que é jovem talvez nunca tenha ouvido falar deste nome (o que é uma total falta de informação), mas sempre que está em uma festa se diverte ao som do forró, que é um tipo de música onde estão presentes os mais variados ritmos como baião, xote, xaxado etc. Todos estes ritmos foram popularizados e até melhorados pela personalidade extremamente musical de Luiz Gonzaga e todos os forrozeiros de hoje deveriam homenageá-lo diariamente por toda a sua contribuição para a música nordestina.
Luiz Gonzaga nasceu lá em Exu, filho de Januário José dos Santos, trabalhador rural que nas horas vagas tocava seu fole de oito baixos imortalizado na canção “Respeita Januário” e de Ana Batista de Jesus (mais conhecida como Santana). Com Januário Luiz aprendeu a tocar o acordeom e mesmo antes de sua adolescência já tocava nas festas e feiras de sua cidade. Já quando adulto Gonzaga partiu para o Rio de Janeiro onde viria a consolidar uma bela carreira de músico, tocando nas rádios e acompanhando diversos artistas dos mais variados estilos.
Juntamente com parceiros musicais como Humberto Teixeira e Zé Dantas, Luiz Gonzaga compôs as canções que até hoje encantam várias pessoas do Brasil e inclusive do mundo, pois suas músicas possuem versões até em japonês.Mesmo indo para o Rio de Janeiro, Luiz Gonzaga não perdeu suas raízes e fez de sua música uma importante arma para alertar os brasileiros sobre as condições de vida sob qual a população nordestina vivia e também para mostrar as riquezas e as boas coisas que nosso nordeste tem. No auge de sua carreira o baião tornou-se a música mais popular do Brasil e praticamente todas as rádios tocavam sua música e divulgavam a cultura nordestina por todo o país.
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A obra de Luiz Gonzaga é uma das mais completas formas de divulgação de uma cultura já encontradas no Brasil. Quem ouve seus vários discos tem uma nítida imagem de como era a vida no Nordeste de Gonzaga e mesmo que nunca tenha visitado nossa terra visualiza todos os aspectos de nossa cultura que foram cantados tão bem por Luiz Gonzaga.
Portanto meu caro leitor, se você está acostumado a ouvir coisas como “roda o copo na cabeça”, saiba que nossa cultura passa longe de todas estas bandas de forró plastificadas que vemos nos nossos eventos e que a verdadeira cara do nordeste se confunde com a obra de Luiz Gonzaga, que hoje tem tão poucos defensores como: Dominguinhos, Zé Ramalho, Elba Ramalho, Alceu Valença etc, Mas que sempre será lembrada pois quando o artista fala de sua cultura com verdade não é esquecido.
O Nordeste devia celebrar muito mais as homenagens ao mestre Gonzaga que fez tanto ou talvez mais por nossa terra do que os nossos queridos representantes políticos.
Viva o Nordeste. Viva o povo nordestino e viva Luiz Gonzaga, que é a cara e a voz desse povo, que mesmo com tantas dificuldades ainda tem coragem de levantar a cabeça e seguir em frente e lutar pelos seus direitos.
vozdepedra.com
