Empresa é suspeita de fraudes em concursos públicos na
Paraíba.
Anulação segue recomendação do Ministério Público do Estado.
A Prefeitura de Santa Luzia, na Paraíba, publicou um decreto
nesta quinta-feira (16) onde anula um concurso realizado em janeiro que havia
sido organizado pela Metta Concursos & Consultoria Ltda. A anulação segue
uma recomendação do Ministério Público do Estado em função da empresa ser investigada
na 'Operação Gabarito' que apura fraudes em concursos públicos. O decreto foi
publicado no Diário Oficial.
No início do mês o procurador-geral de Justiça da Paraíba,
Oswaldo Trigueiro, informou que o MP estava recomendando a anulação de
concursos realizados na Paraíba pela Metta. Para não haver prejuízos de pessoas
que já assumiram os cargos, deveriam ser anuladas apenas as concorrências onde
não havia ocorrido nomeação ou posse de candidatos aprovados, situação em que
se enquadra o caso de Santa Luzia.
O resultado das provas realizadas em janeiro já haviam sido
publicadas no site da Metta. No entanto, o prefeito Ademir Morais (DEM) deixa
claro no decreto de anulação que ele ainda não havia sido homologado pela
administração municipal e agora ele deixa de ter validade.
O concurso da Prefeitura de Santa Luzia foi aberto em
setembro de 2011 para o preenchimento de 88 vagas de nível fundamental, médio e
superior. Os cargos iam agente comunitário de saúde até médico e a remuneração
variava de R$ 550 e R$ 4 mil.
O G1 tentou falar com o prefeito Ademir Morais para saber
como vai ficar a situação das pessoas que fizeram o concurso e se existe a
previsão de lançamento de um novo edital, mas as ligações telefônicas não foram
atendidas.
Operação Gabarito
Após as denúncias de fraudes em concursos públicos exibidas
no programa Fantástico, uma operação conjunta prendeu, do dia 18 de junho,
quatro suspeitos de participar do esquema na Paraíba. Entre os suspeitos
detidos estavam um advogado proprietário da Metta Concursos & Consultoria e
três funcionários públicos da prefeitura de Caldas Brandão.
A operação Gabarito contou com as equipes Polícia Civil,
Controladoria Geral da União e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime
Organizado (Gaeco) do Ministério Público. O promotor Otávio Paulo Neto,
coordenador do Gaeco, disse que além dos mandados de prisão, também foram cumpridos
seis de busca e apreensão.
Os mandados de prisão temporária foram expedidos pela
comarca da cidade de Gurinhém. Os três funcionários da prefeitura de Caldas
Brandão, no Agreste paraibano, faziam parte da comissão de licitação do último
concurso realizado na cidade, no dia 9 de dezembro de 2011. O presidente foi
preso na casa dele em João Pessoa e outros dois integrantes da comissão foram
presos no Agreste. Um deles é o secretário de administração do município.
G1PB