Parte dessa redução foi limitada, ontem, pela recusa da
Cemig de renovar as concessões de suas geradoras, em troca do que teria que
baixar o preço da energia.
Anteontem, a Cesp também havia deixado três usinas de fora.
Juntas, elas representam mais de um quarto da energia que poderia ser
barateada, o que torna impossível ao governo chegar aos 20,2% de redução na
média previstos, a não ser com novas medidas.
Pelos cálculos do próprio governo, a queda agora será de
16,7%. No caso das residências, porém, o alívio será ainda menor, por causa da
necessidade de ligar usinas térmicas, cujo custo é até cinco vezes maior que o
das hidrelétricas.
Inicialmente previsto em 16%, o corte na conta de
eletricidade para residências pode cair para perto de 10%.
Além disso, a redução na cobrança deve ser sentida apenas a
partir de março, segundo a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
Além de Cesp e Cemig, outras duas empresas optaram por não
prorrogar os contratos de suas hidrelétricas nos moldes propostos pela União
-com redução em torno de 70% da tarifa: a Copel, do Paraná, e a catarinense
Celesc.
Do total de geradoras, 60% aderiram ao plano de Dilma. Todas
as nove empresas de transmissão aceitaram renovar agora as concessões que
venceriam entre 2015 e 2017.
O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia,
Márcio Zimmermann, disse que a opção de Cesp, Cemig e Copel -estatais de São
Paulo, Minas Gerais e Paraná, Estados administrados pelo PSDB, principal
partido de oposição ao governo federal- pune também a população desses Estados
e que as companhias olharam apenas para o curto prazo.
"Elas estão causando diretamente o impacto de não
atingir os 20,2%. Estão sendo penalizadas as populações de São Paulo, Minas
Gerais e Paraná pela decisão que essas empresas tomaram de não aceitar essas
regras", afirmou Zimmermann.
Cesp e Cemig, no entanto, argumentam que as condições
oferecidas pelo governo federal tornam as empresas inviáveis do ponto de vista
econômico. A Cemig também afirma que, no caso de três usinas da empresa -São
Simão, Jaguara e Miranda, que têm uma participação mais significativa no parque
gerador nacional-, as concessões podem ser renovadas por mais 20 anos por
contrato, o que o governo não aceita.
UOL