Embalados pela vitória de ACM Neto para a Prefeitura de Salvador, líderes do DEM se reuniram no sábado, na capital baiana, para traçar planos e afastar o fantasma da fusão ou do fim do partido.

A meta é manter o DEM como "partido viável": recuperar o total de deputados que tinha antes do racha que gerou o PSD, articulado pelo ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab. Eram em torno de 40. Hoje são 27, insuficientes para pavimentar, por exemplo, o futuro de ACM Neto na política nacional.
A palavra "fusão", que ronda o noticiário, foi vetada na reunião, no apartamento do deputado e agora secretário de Transporte de Salvador, José Carlos Aleluia. Privilegiou-se "independência".
Apesar de boa parte dos presentes ter ligações estreitas com o senador Aécio Neves, provável candidato do PSDB à Presidência em 2014, eles acertaram "não correr o risco dos outros".
Na avaliação feita, o governo Dilma Rousseff tem cometido sucessivos erros e fecha um ciclo do PT no poder, que entra em declínio a partir de agora. Mesmo assim, Dilma continua forte na classe média, o ex-presidente Lula é imbatível nas classes D e E, e ambos são favoritos em 2014.
O DEM também vai ampliar suas ligações com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que tem se colocado como alternativa da base aliada caso a economia não sustente o PT em alta.
Ex-integrantes do DEM, agora no PSD, não veem com tanto otimismo as articulações dos antigos companheiros. Acham que as vitórias de ACM Neto e João Alves (Aracaju) dão "sobrevida" à sigla, mas não são capazes de alavancar o futuro do partido.
Participaram da reunião, além de ACM Neto, João Alves e Aleluia, o líder no Senado, Agripino Maia (RN), o ex-prefeito do Rio César Maia e seu filho, deputado Rodrigo Maia, o presidente do DEM-SP, Tadeu Mudalen, o secretário de Ação Social do governo Alckmin, Rodrigo Garcia, e os deputados Onix Lorenzoni (RS) e Mendonça Neto (PE).
Folha SP