A ONG WikiLeaks divulgou em seu site uma lista secreta de locais que são considerados estratégicos para os EUA e que poderiam ser alvos de ataques terroristas com o objetivo de minar a economia e a capacidade de defesa americanas. Entre os pontos citados destacam-se minas de nióbio e manganês no Brasil, além de cabos de comunicação submarinos com conexões no Rio de Janeiro e em Fortaleza.
Um despacho diplomático de 2009 pede às missões do país no exterior que atualizem uma lista de infraestrutura e recursos pelo mundo "cuja perda poderia impactar criticamente a saúde pública, a segurança econômica e/ou a segurança interna dos EUA".
O telegrama diplomático diz que o Departamento de Estado, em coordenação com o Departamento de Segurança Interna, estava pedindo informações às embaixadas sobre locais e recursos que, "se destruídos, teriam um efeito imediato e negativo sobre os EUA". O texto ressalta que os diplomatas não deveriam consultar os governos locais sobre o tema.
As minas citadas pelos americanos no Brasil ficam em Minas Gerais, Goiás e na Paraíba. Os textos não explicitam por que essas instalações seriam importantes para o governo americano.
O pedido de atualização e listagem foi feito no âmbito do Plano Nacional de Proteção à Infraestrutura, que busca garantir a proteção de recursos vitais a fim de se evitar possíveis ações terroristas, bem como responder melhor a desastres naturais, por exemplo.
Na Europa, a fábrica Ludwigshafen, da Basf, é descrita como "o maior complexo químico integrado do mundo". Já o complexo da Siemens em Erlangen, também na Alemanha, é responsável pela "produção de produtos químicos cruciais", que não podem ser substituídos por outros fornecedores. O entroncamento de gasodutos russos em Nadym, no oeste da Sibéria, é descrito como o mais "crucial" no mundo.
No Oriente Médio, o texto aponta que, "por volta de 2012, o Qatar será o maior produtor de gás natural liquefeito (GNL) importado" pelos EUA.
Locais listados no documento vazado também incluem minas e recursos naturais na África e em outros pontos da América do Sul, o Canal do Panamá, portos na China e no Japão, companhias farmacêuticas e médicas na Europa e refinarias de petróleo no Oriente Médio.
Em outros despachos revelados pelo WikiLeaks, diplomatas americanos dizem que o Brasil ocultou do grande público uma cooperação antiterrorista com os EUA e nega oficialmente qualquer sugestão de que militantes islâmicos realizam atividades em seu território.
fonte:ClickPB