Investigações recentes das polícias estaduais do Nordeste e da Polícia Federal indicam que o crime organizado se deslocou da região Sul para o Nordeste do Brasil. Entre esses grupos, o mais atuante vem sendo o PCC (Primeiro Comando da Capital), já apontado como responsável pela distribuição de boa parte da droga que chega à região. A cooptação de jovens vem sendo a marca do PCC no Nordeste.
Em abril, a polícia paraibana prendeu Anderson Michellon de Oliveira Lima, 23, que confessou integrar o grupo paulista. Com ele foram apreendidos, além de quatro armas e mais de 3 kg de drogas, uma parte do estatuto da organização criminosa paulista. Ele é acusado de ter assassinado um comerciante em João Pessoa.
No ano passado, Alagoas já tinha passado por problemas com o PCC, quando um plano para matar dois juízes e dois promotores foi desvendado. O plano foi descoberto após conversas monitoradas pela Polícia Federal e por agentes penitenciários do presídio de Catanduvas (PR), que seriam vítimas de um atentado planejado por traficantes da organização. Alagoas fechou 2008, segundo o Mapa da Violência, com a maior taxa de homicídios do país: 60,3 para cada 100 mil habitantes.
No mesmo mês, Alagoas foi alvo da Operação 1.000 graus, que prendeu nove pessoas que integravam uma quadrilha supostamente chefiada por Luciano Soares da Rocha, 24, conhecido como “Lu do Bloco”, e Isaías da Silva, 28, o “Pêu”. Para a de polícia, eles haviam entrado recentemente para o PCC, que ajudava no envio de drogas para o Estado.
No Maranhão, um integrante do PCC --que não teve a identidade revelada-- foi preso em Imperatriz, em fevereiro. “Trata-se de um criminoso perigoso que atuava em vários estados do país. Ele é o responsável em coordenar todas as ações do PCC no Nordeste. O serviço de inteligência da Polícia Federal comunicou que ele provavelmente estaria arquitetando algum assalto na cidade de Imperatriz”, disse o secretário de Estado de Segurança Pública, Aluísio Mendes, à época da prisão.
Em agosto, a polícia de Sergipe também prendeu Márcio da Silva Lupetti, vulgo “Paulista”, ex-presidiário do Estado de São Paulo e integrante do PCC. Ele morava em Itabaiana havia cerca de um ano, onde atuava com tráfico de drogas. “Ele veio para Itabaiana trazendo drogas de São Paulo para revenda e com o intuito de praticar outros crimes. Para despistar a polícia ele costumava a se hospedar em pousadas e mantinha uma casa alugada só para declarar endereço fixo”, informou a delegada Juliana Alcoforado.
UOL