14 de jan. de 2011

Pedra Lavrada - 52 anos – Progredimos ou regredimos?













nossa querida Pedra Lavrada amanheceu nesta quinta-feira (13) mais velha. São 52 anos de emancipação política.

Depois que deixou de ser distrito de Picui no final da década de 50, muita coisa mudou na Princesa do Sérido. O que devemos perguntar e se temos algo a comemorar?

Pedra Lavrada melhorou ou está estagnada no tempo?. É uma analise fácil de fazer. Se formos analisar as questões de saúde, emprego, mineração, educação, e principalmente, a segurança pública vamos de fato afirmar que houve uma regressão.

Se levarmos em conta a saúde que tínhamos há seis anos atrás, onde tínhamos um hospital referência na região do Seridó e do Curimataú a pergunta fica fácil de ser respondida. Regredimos muito. Hoje a nossa saúde anda cambaleando.


O principal hospital da cidade foi abandonado. Os bons médicos que existiam deixaram a unidade hospitalar. O resultado foi uma queda brusca na qualidade da saúde. Muitas das cirurgias que eram feitas Pedra Lavrada hoje os lavradenses precisam procurar centros mais desenvolvidos.

As denuncias são de que no único hospital da cidade falta até os medicamentos mais básicos que são ofertados a população de forma gratuita por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

Na educação muito pouco se avançou. Após passar um período de dificuldade com números precários no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), houveram pequenos investimentos que fizeram o município melhorar na classificação nos últimos anos, ficando com índices próximos da média nacional do Ideb.

Alguns avanços que ocorreram nesta área foram frutos de projetos pessoais de professores e alunos aguerridos que venceram as barreiras das dificuldades e conseguiram destaque, inclusive nacional. Podemos citar com orgulho o exemplo da professora Romana Sampaio e da sua aluna Rossana Costa Brito, que brilhantemente venceu o Concurso Nacional da Olimpíada de Língua Portuguesa. Esta menina realmente fez com que o orgulho lavradense ressurgisse em meio ao caos.

No setor da mineração, a principal riqueza da nossa região, a situação é de calamidade. Sem uma política mineral de desenvolvimento sustentável os nossos garimpeiros ficaram mais pobres e mais doentes.

Enquanto que meia dúzia de pessoas, entre elas, a famigerada empresa Cerâmica Elizabeth, enchem os bolsos e deixam seus donos mais ricos ao passo que Pedra Lavrada vai ficando destruída pela ação voraz e sem escrúpulo da Elizabeth e de seus protetores que somente pensam no seu próprio bolso em detrimento da cidade que se acaba ao som das bombas e das carretas da Elizabeth.

Aliás, a história negra da Elizabeth em Pedra Lavrada merece capítulos e capítulos de estudos. Somente para refrescar a nossa memória os dois últimos prefeitos da nossa cidade são os responsáveis por trazerem este monstro para a cidade. No futuro eles serão lembrados e cobrados pelos danos irreversíveis que esta empresa destruidora está empregando a cidade.

Se formos falar na geração de emprego e renda, temos que nos convencer que praticamente nada foi feito para criar novas frentes de trabalho para os filhos de Pedra Lavrada, a não ser uns vinte míseros empregos nos moinhos criminosos da Elizabeth.

Mas, certamente, o pior setor da sociedade lavrandense que regrediu foi a segurança pública. Com o crescimento das grandes e médias cidades, e uma conseqüente centralização das forças de segurança pública nestas cidades, os bandidos e marginais migraram para as pequenas cidades.

Incentivados pela omissão do poder público, leia-se, as administrações municipais e estaduais, os marginais criaram vínculos nas cidades pequenas e encontraram nelas terrenos férteis para a prática de seus crimes.

Como esquecer os assaltos a postos dos correios, os assaltos a sítios e fazendas, a lojas, supermercados e a pequenos comerciantes. A nossa região virou um caos no setor da segurança.

Se vocês perceberam não citamos o governo Federal como culpado neste caos. Não citamos porque o governo federal fez o papel dele. Nos oito anos do Governo Lula, o que não faltaram foram investimentos e recursos no setor. Os senhores prefeitos e governadores é que não souberam aproveitar a época para buscarem recursos que poderiam criar programas e projetos capazes de diminuir a violência nas suas cidades.

Pedra Lavrada se transformou em um caos nos últimos seis anos. Vários crimes ocorreram ceifando a vida de pessoas jovens, cujas vidas poderiam ter sido poupadas caso houvesse uma segurança publica mais eficaz.

O pior de tudo é ver nossas autoridades omissas, de braços cruzados, sem achar que a falta de segurança na cidade é um problema de governo do Estado ou do governo Federal. Ledo engano. Enquanto as autoridades não assumem a responsabilidade de cobrarem medidas urgentes as nossas crianças e os nossos jovens são arregimentados pelos bandidos que escolheram Pedra Lavrada para cometerem seus crimes.

O exemplo claro disso, foram as prisões que ocorreram nos últimos meses, quando filhos de Pedra Lavrada foram envolvidos em crimes por bandidos que migraram para a cidade. Tudo isto ocorre sob os olhos omissos das nossas autoridades que transferem o problema para o governo do Estado, quando na verdade também somos responsáveis.

Não somos alimentador do caos e nem tampouco queremos criticar por criticar. As nossas criticas são frutos da atual realidade. Não podemos e, seria muita irresponsabilidade nossa, se apenas fosse parabenizar Pedra Lavrada citando uma frase um tanto quanto conhecida quanto demagógica: “Pedra Lavrada meu amor, Pedra Lavrada minha paixão”.

Queremos uma Itacoatiaras desenvolvida e livre destas mazelas. Uma cidade que possa cuidar do seu povo e que ele tenha orgulho de falar que é lavradense. Parafraseando a música: Apesar de você, do grande Chico Buarque que diz que “apesar de você amanhã há ser um outro dia”, torcemos e queremos dias melhores para Pedra Lavrada. Parabéns a nossa Princesa do Seridó.

Jailton Cordeiro