Uma mensagem de voz recuperada do iPhone de Conrad Murray,
que está sendo julgado pela morte de Michael Jackon - ele é acusado de homicídio culposo, quando
não há intenção de matar - foi o ponto
alto do sétimo dia do julgamento do médico, nesta quarta-feira, 5, em um
tribunal em Los Angeles.
Durante o depoimento de Stephen Marx, perito que examinou o
telefone de Murray, o promotor do caso reproduziu a gravação, datada de 20 de
junho de 2009.
Na mensagem, Frank DiLeo, empresário do cantor, se refere a
um "episódio" envolvendo Jackson cinco dias antes de sua morte.
"Estou certo de que você está consciente de que Michael teve um episódio
noite passada", diz Frank na mensagem.
Na gravação, Frank ainda fala: "Ele está doente. Você
tem de submetê-lo a um exame de sangue."
Também durante o depoimento de Marx, o promotor do caso,
David Walgren, reproduziu a íntegra da gravação já apresentada na abertura no
julgamento que mostra Michael Jackson com a voz bastante alterada, sob o efeito
de alguma substância. No depoimento, retirado do celular do próprio Murray, o
popstar fala sobre sua turnê e suas crianças com frases desconexas.
- Elvis não conseguiu. Beatles não conseguiram. Nós temos
que ser fenomenais. Quando as pessoas deixarem o meu show, quero que digam:
'Nunca vi nada como isso na minha vida. É incrível'.
E prosseguiu, falando sobre seus filhos:
- Minhas performances serão para ajudar minhas crianças. Amo
as crianças. Amo-as porque não tive infância. Sinto a dor delas. Sinto elas se
ferindo. Posso lidar com isso.
De acordo com o promotor, Murray gravou o depoimento em seu
telefone em 10 de maio de 2009. A certa altura, Murray pergunta a Michael se
está tudo bem e o cantor responde: "Estou com sono".
Arsenal de remédios
A investigadora Elisa Freak, do laboratório forense da
polícia de Los Angeles, disse durante seu testemunho que a mesa ao lado da cama
de Michael Jackson era uma farmácia.
Entre os remédios encontrados sedativos como Diazepam,
Lorazepam, Temazepam. Além disso, havia uma bolsa com frascos de Propofol, o
anestésico que teria matado MJ. A mesma bolsa que o segurança Alberto Alvarez diz
ter feito a mando de Murray antes de ligar para a emergência.
Propofol no chão
Depois da pausa para o almoço, foi a vez de Elissa Fleak,
legista que primeiro examinou o corpo de Michael Jackson, depois de declarada
sua morte, no Hospital da Universidade da Califórnia. É dela a fotografia do
cantor morto, em uma maca, exibida no primeiro dia de julgamento. A imagem foi
exibida, mais uma vez, no tribunal.
Elissa também esteve no quarto do cantor em sua casa e
encontrou no chão um frasco de Propofol. Michael morreu por causa de uma
overdose desse forte anestésico.