Reivindicando a saída de um diretor e a liberação da entrada de alimentos, detentos da Penitenciária Desembargador Flósculo da Nóbrega (conhecida como Presídio do Róger), em João Pessoa (PB), iniciaram uma greve de fome há mais de 48 horas. Há indícios de que os responsáveis pelo movimento sejam líderes de facções criminosas da capital pessoense, que cumprem pena em outra unidade prisional da cidade. Pelo menos dois princípios de tumulto já foram registrados.
A greve de fome, segundo informou um agente penitenciário do Róger, seria uma forma encontrada pelos presos de pressionar o Estado a exonerar o atual diretor do Presídio de Segurança Máxima PB1, capitão Sérgio Fonseca, que foi nomeado há menos de um mês. Atuante nas operações policiais de rua, o capitão estaria desagradando os detentos, sobretudo os tais líderes das facções. Denúncias de maus-tratos têm sido frequentes desde sua chegada.
Os presos também querem que a direção permita a entrada de alimentos como biscoito recheado, pizza, refrigerante, entre outros. O secretário de Administração Penitenciária da Paraíba, Harrison Targino, confirmou a greve de fome e a forte suspeita de que líderes de facções criminosas estão obrigando os demais presos a não se alimentarem. Aproximadamente 650 presos estão sem comer há mais de 48 horas.
A unidade
No Presídio do Róger estão cerca de 900 presos, o dobro da sua capacidade. Lá, estão detentos provisórios que ainda não foram julgados. Em inspeção realizada no início deste ano, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) recomendou a desativação da unidade e constatou problemas de superlotação e condições subumanas.
Ressocialização
Deve ser lançado nesta segunda-feira (29), pelo governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), o programa de ressocialização ‘Cidadania é Liberdade’. O objetivo é oferecer oportunidade de capacitação profissional e ocupação remunerada aos detentos ou egressos do sistema penitenciário.