Por Lenira Cunha
Foi realizada na manhã desta quinta-feira uma audiência pública para discutir um plano emergencial para a falta d’água que acomete o município de Pedra Lavrada já há alguns dias. Em algumas localidades do município já faz em torno de quinze dias que a água não chega as casas. Em protesto, os populares se mobilizaram há cerca de duas semanas atrás realizaram um protesto em busca de soluções para a falta de água em Pedra Lavrada, a estrada que liga o município a Soledade foi fechada por quase três dias, impedindo a passagem, foram liberadas apenas ambulâncias no trecho. Hoje a comunidade pode se expressar de forma organizada. Dois técnicos da Cagepa estavam presentes na reunião e juntos ao coordenador local, representantes do legislativo e executivo municipal e ainda do Ministério Público discutiram além dos problemas, as saídas para resolver a situação que já é considerada crítica e que requer medidas emergenciais.
De acordo com gerente de controle operacional da Cagepa Ronaldo Meneses, a adutora do Cariri que abastece Pedra Lavrada e outras dez cidades, não tem capacidade de desenvolver a produção de água e distribuição nas condições técnicas em que se encontra. E a situação piora quando na detecção diária de furtos desta água e desvios para propriedades de uso particular que hoje se encontra em situação severa. O técnico explicou que Pedra Lavrada é dividido em seis setores de distribuição e que a adutora do Cariri possui para essa região 14 travadores de distribuição de água para a distribuição racionada e ou alternada.
Questionados pelo Promotor Dr. Alcides os Técnicos da Cagepa se desdobraram para responder como acontece a distribuição de água no município e se o município possui esses travadores e está dividido em seis setores, como e porque a distribuição de água é deficiente no município. A Cagepa argumenta que a capacidade de distribuição da adutora é inferior ao crescimento populacional da cidade, segundo os técnicos desde a avaliação inicial a cerca de seis anos atrás, muitas outras residências formar construídas, seja da iniciativa municipal ou mista entre casas populares e construções particulares.
A afirmativa dos técnicos da Cagepa em tese afirma a falta de investimentos na adutora, o que promove um sério problema não apenas para a população de Pedra Lavrada, como também para todas as outras cidades que utilizam os serviços desta adutora. O Prefeito Tota, preocupado com a situação atual, usou a tribuna e disparou: “É preciso que todas essas cidades compartilhem deste problema e não apenas Pedra Lavrada ser penalizada, o racionamento, ou a distribuição deve ser feita equivalente para todos os municípios, a exigência mínima é que ao menos dois dias por semana a população lavradense possa ter em suas torneiras água potável, água é um direito de todos e esse direito deve ser respeitado, precisamos sair daqui hoje com medidas que tragam uma luz para a comunidade, não entra no meu entendimento que uma adutora tão precária, funcionando em condições mínimas, possa incluir em sua estrutura mais uma via de distribuição de água, como é o caso de Sossego, a Cagepa precisa tomar medidas e criar uma estratégia que soluciona, já que este problema é muito antigo e a população já não agüenta mais”.
A promotoria sugeriu que a Cagepa entre em acordo para a distribuição de no mínimo dois dias da semana e que esta distribuição seja anteriormente avisada para que a comunidade se prepare para encher os reservatórios de água, afirmou ainda que fosse estipulado um prazo mínimo de trinta dias para que as mediadas fossem iniciadas, já que a Cagepa já estava com esse prazo a bastante tempo e ainda não foram ofertadas soluções objetivas e concretas.
Durante a reunião houve a participação da comunidade e de representantes da sociedade organizada e as solicitações foram todas em volta da mesma exclamativa “é injusto que apenas um município seja penalizado com a falta d’água constante”. Durante a fala de alguns participantes uma cidadã levantou a hipótese de que se não fosse resolvida a questão da falta de água na cidade iria acontecer mais um protesto e que desta vez não seriam apenas três dias e sim um mês com as entradas da cidade fechadas pelo protesto. Logo em seguida o Promotor pediu a fala e foi enfático quando afirmou que medidas como esta não seriam mais toleradas pelo Ministério Público, pois a partir do momento que a rodovia era fechada em protesto ao direito de acesso a água, outro direito estava sendo cassado, o direito de ir e vir e isso é inadmissível.
Ao final da reunião, ficou acordado pela Cagepa que estará sendo feito um levantamento de toda a extensão da adutora aqui na região e será criado um plano emergencial para sanar o problema da falta de água, a Cagepa tem no mínimo trinta dias para se manifestar sobre quais medidas serão tomadas para solucionar de vez o problema da falta d’água em Pedra Lavrada.