Paraíba pode ficar sem combustível |
As informações foram confirmadas nesta quarta-feira (17) pelo presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Derivados de Petróleo na Paraíba (Sindipetro-PB), Omar Hamad Filho. Ele esclarece que a Petrobrás quer concentrar em Pernambuco os procedimentos de recepção e distribuição dos combustíveis no Nordeste.
“A Paraíba deixou de vender cerca de 10 milhões de litros somente no mês de junho com as reduções no fornecimento. Cabedelo recebia quatro navios com produtos [com 20 milhões de litros], mas agora recebe somente dois. Parte do que é utilizado na Paraíba vem de Pernambuco e isso poderá ser mais frequente, porque a distribuição para vários estados da nossa região deverá ser 100% concentrada no Porto de Suape”, diz Omar.
Ele lembra que os problemas com abastecimento na Paraíba existem desde o final de 2012; os consumidores nem sempre encontram o combustível que procuram nos postos porque há rodízio e revezamento na distribuição. “Por exemplo, parte dos postos recebe gasolina aditivada, outros têm apenas a comum, alguns recebem uma quantidade de diesel um pouco menor; no estado, isso ocorre sempre, desde dezembro do ano passado e deixa muita gente sem o derivado que precisa”, explica.
A dificuldade de encontrar o produto adequado para os automóveis é confirmada pelos consumidores paraibanos. O publicitário Rafael Rubens relata que só abastece com gasolina aditivada, mas, às vezes, não a encontra em todos os postos. O produtor Júlio César Araújo também revela que não acha o tipo de combustível que procura e precisa se deslocar com frequência para outro posto que tenha o produto adequado para o veículo dele. Situação semelhante é enfrentada pelo editor Luís Carlos. “Postos de Bayeux, na Grande João Pessoa, e também no bairro Jaguaribe, na Capital, não têm determinados tipos de gasolina. Paro meu carro para abastecer, mas acabo tendo que me dirigir a outro local para encontrar o produto que preciso”, revela.
O presidente do Sindipetro explica que os problemas com a distribuição dos combustíveis não são locais, mas nacionais e revela que há uma séria complicação observada na logística, ou seja, nas formas de transporte e armazenamento dos derivados de petróleo. Segundo ele, não há previsão de uma solução para o caso e Omar declara ainda que não pode falar sobre preços. “Não estou vendo providências para resolver essas pendências com a logística; a tendência é que fique pior, podendo chegar a um consequente colapso no abastecimento de combustível nos postos paraibanos, em setembro deste ano. As refinarias novas do Brasil devem aumentar o fornecimento de diesel, não de gasolina. Não posso adiantar nada sobre preços porque isso ainda é muito prematuro. Chega a ser cômico lembrar que o nosso país exporta derivados para o mundo, mas agora não tem o suficiente para o consumo nacional”.
A equipe de jornalismo do Portal Correio procurou o presidente da Companhia Docas, que administra o Porto de Cabedelo, Wilbur Jácome, para explicar sobre a transferência dos processos de recebimento e distribuição de combustíveis para Suape, em Pernambuco, mas até o fechamento desta matéria ele não atendeu aos telefonemas.
Portal Correio