Os advogados dos oito acusados de participar do sequestro e morte de Eliza Samudio já haviam apresentado a defesa de seus clientes por volta das 16h30 desta quarta-feira (10). Uma sessão no TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais), em Belo Horizonte, vai decidir se os envolvidos vão a júri popular.
Depois começaram as explanações de desembargadores, julgadores e do relator. O primeiro deles foi o desembargador Doorgal Andrade, que apresentou parte das anotações pessoais que totalizam 6.000 laudas. Em seguida, o desembargador Herbert Carneiro.
A audiência, marcada para 13h30, teve um atraso de 45 minutos. Cada advogado dos envolvidos teve dez minutos para apresentar a defesa dos clientes. Os acusados não foram ao TJMG.
O primeiro a se manifestar foi o defensor de Fernanda Gomes de Castro, ex-amante de Bruno. Carla Cilene negou que sua cliente tenha praticado qualquer crime. Em seguida, foi a vez de Cláudio Dalledone Jr., advogado do ex-goleiro. Ele teve a explanação iniciada por volta das 15h e apresentou três pontos para a nulidade do caso.
Segundo ele, a juíza Marixa Fabiane Lopes teria sabotado o inquérito. Outro motivo, afirmou o advogado, é que no dia 6 de outubro de 2010, Bruno passou mal durante uma audiência em Ribeirão das Neves (MG) e a sessão continuou. Dalledone alegou também que a juíza Maria José Starling teria tentado vender habeas corpus para seu cliente.
O advogado Marcos Antônio Siqueira foi o próximo a apresentar a defesa. Ele é o defensor de Sérgio Rosa Sales. Em seguida, se apresentou Zanone Júnior, que defende o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, seguido por Wasley César, defensor de Luiz Henrique Romão, o Macarrão.
Bruno Fernandes, Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, e Sérgio Rosa Sales, o Camelo, respondem por homicídio triplamente qualificado (meio cruel, impossibilidade de defesa da vítima e cometer um crime com intuito de garantir impunidade por outro), sequestro e cárcere privado e ocultação de cadáver.
Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, foi pronunciado por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.
Fernanda Gomes de Castro, ex-amante de Bruno, foi pronunciada pelo sequestro e cárcere privado de Eliza e de seu filho. Já Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, ex-mulher do jogador, Elenilson da Silva e Wemerson de Souza responderão pelos mesmos crimes, mas cometidos apenas contra o filho da vítima. Todos os réus alegam inocência.
Em 2010, a Justiça definiu que os acusados deveriam ir a júri popular. Os advogados, porém, entraram com recurso e uma nova decisão será dada nesta quarta-feira.
Desaparecimento
O desaparecimento de Eliza Samudio completou um ano em junho deste ano. No dia 4 de julho de 2010, Eliza fez um último contato por telefone com uma amiga. Apesar de a polícia ainda não ter encontrado o corpo dela, o delegado responsável pelo caso diz que as investigações concluem que ela está morta. O ex-goleiro do Flamengo é apontado como o mandante do crime.
Quatro réus do caso estão presos: Bruno, Macarrão, Sérgio e Bola, que é ex-policial civil e seria acusado de outros crimes. Outros quatro acusados estão em liberdade: Dayanne, Fernanda, Elenilson e o Coxinha. Todos os envolvidos negam o crime.
Versão da polícia
De acordo com a versão da polícia, Eliza e seu filho, na época do desaparecimento da mãe com quatro meses, foram sequestrados e levados para o sítio do goleiro Bruno em Esmeraldas, região metropolitana de Belo Horizonte (MG). Lá, os dois teriam sido mantidos reféns por alguns dias. A jovem teria sido espancada nesse período.
A polícia diz ainda que, no dia 7 de julho, Eliza foi levada para a casa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, em Vespasiano. Lá, ela teria sido estrangulada até a morte e depois teve o corpo esquartejado. Parte dos restos mortais foram dados como comida para cachorros rottweilers do policial. Bola nega.
Assista ao vídeo:
R7 via Hugo Meira