Pouco se ouve falar sobre as condições do transporte intermunicipal na Paraíba. O silêncio, entretanto, não significa que não há problemas; ao contrário, a precariedade existe em boa parte dos ônibus que fazem viagens para o interior do Estado. Não é difícil encontrar um passageiro revoltado.
As principais reclamações são os atrasos, a falta de cobradores, ônibus que quebram no meio do caminho atrasando a viagem, existência de insetos, entre outros.
De acordo com Ricardo Queiroz, chefe do setor de fiscalização do Departamento de Estradas e Rodagens da Paraíba (DER-PB), a situação é mais preocupante entre as empresas que fazem viagens para o interior.
Durante este ano, foram 989 autos de infração nas rodovias estaduais da Paraíba, o que totalizou R$154 mil de multas. No entanto, não é possível dizer que essa quantidade de autos são referentes ao transporte intermunicipal.
“É que não é feita essa separação. Por isso, os números podem ser tanto de ônibus intermunicipais como de carro de passeio”, explica Queiroz. Ele declara que só não há mais multas porque falta pessoal. “Não temos efetivo suficiente para fiscalizar as rodovias”, afirma.
Os atrasos que enfrentou ainda estão vivos na lembrança do aposentado Pedro Benedito. Ele passou cinco anos usando o transporte intermunicipal para se deslocar do município de Bananeiras, onde mora, até João Pessoa, onde precisava fazer exames médicos.
“Eram muitos transtornos, desde baratas passando pelas poltronas até os atrasos, que duplicava o tempo de chegada”, conta. Ele lembra que várias vezes perdeu a consulta porque não conseguia chegar na hora marcada. “O ônibus tinha de sair da rodoviária às 5h, mas só surgia às 5h40 e aí atrapalhava todo o nosso planejamento”, explica. O atraso dos ônibus, inclusive, é a principal causa de insatisfação dos passageiros, conforme informou Ricardo Queiroz.
“Essa é a queixa mais recorrente que chega ao nosso conhecimento”, declara. Além disso, a falta de conservação é outro problema que prejudica quem necessita do transporte intermunicipal na Paraíba. “Isso acontece mais com empresas pequenas, em linhas do Sertão e região de Campina Grande”, explica. Atualmente 45 empresas operam no Estado. “Cada empresa pode fazer várias linhas”, comenta.
O passageiro tem o direito de ser transportado em condições de segurança, higiene e conforto, do início ao fim da viagem. A poltrona também deve ser garantida ao longo de todo o itinerário.
Do Jornal da Paraíba