23 de fev. de 2011

Paraibanos estão presos na Líbia e famílias aguardam resgate


Muammar Kadhafi, que está no poder desde 1969

Muammar Kadhafi, que está no poder desde 1969

Leia mais
Número de mortos em protestos na Líbia chega a 233, diz organização
Governo da Líbia acusa europeus de incentivar protestos

Cinco paraibanos, que buscaram na Líbia uma alternativa de trabalho, agora estão vivendo momentos difíceis com os conflitos no país contra o líder Muammar Kadhafi, que está no poder há 41 anos. Os paraibanos são naturais de Campina Grande e trabalham na construtora brasileira Queiroz Galvão, que contratou um navio para realizar o resgate.

Dois irmãos e um filho de Fátima Silva estão na cidade de Benghaz, no leste da Líbia, local que o conflito teve início. "Meu filho ligou ontem e disse que estava bem e em um hotel. Eu é que estou desesperada", contou nesta quarta-feira (23). Um cunhado e uma cunhada de Fátima, também estão no país. Eles vivem na Líbia há um ano.

O filho de Fátima, Carlivando Silva, de 25 anos, trabalha como mestre de obras da empresa. Os irmãos dela, Afonso Carlos da Silva e Luis Carlos Silva, também trabalham na construtora. Segundo Fátima, Carlivando não soube informar a data e horário que ele e seus parentes retornam ao Brasil.

No total, cerca de 180 brasileiros, funcionários da construtora Queiroz Gaivão, estão na Líbia aguardando o resgate que será feito pelo mar. A empresa contratou um navio que está a caminho da cidade de Benghaz.

Entre 500 e 600 brasileiros vivem atualmente na Líbia, em sua grande maioria empregados de empresas do país, como a própria Queiroz Galvão, a Odebrecht e a Petrobras.

Saída pelo mar

Segundo o chanceler Antonio Patriota, o navio com os brasileiros deve chegar entre esta quarta (23) e quinta-feira (24). A solução da saída pelo mar é a melhor opção, já que o aeroporto da cidade está destruído e nas estradas certamente terão pontos de conflito. A solução usada pela Turquia também deve ser usada pelo Brasil.

Os brasileiros serão levados para a ilha de Malta, mas a empresa de construção Queiroz Galvão, por questões de segurança, não informou detalhes sobre o embarque.

Conflitos

Benghaz, a segunda maior cidade da Líbia, é o berço da revolta popular contra as mais de quatro décadas de governo do líder Muammar Kadhafi. Moradores do local afirmam que a cidade agora está sob controle dos manifestantes.

Os combates explodiram na semana passada, em uma reação a décadas de repressão e após levantes que derrubaram líderes na Tunísia e no Egito.

Em discurso transmitido pela TV, ele prometeu lutar 'até a última gota de sangue' e ameaçou os manifestantes. O chanceler italiano Franco Frattini, afirmou que os números de mortos até agora no país pode chegar a mil.

DO PARAÍBA1