Segundo Jaqueline Moll, da diretoria de currículos e educação integral do MEC (Ministério da Educação), a ideia não é criar uma disciplina específica e sim integrar o assunto ao currículo normal das escolas. Ela calcula, porém, que serão ao menos dez anos para consolidar o tema nas escolas. Ainda não está definido quando e em quais locais a educação financeira começará a ser implementada.
O projeto é uma das primeiras iniciativas da Enef (Estratégia Nacional de Educação Financeira), criada pelo Conef (Comitê Nacional de Educação Financeira). O comitê reúne instituições como o BC (Banco Central), a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e o MEC.
A educação financeira nas escolas vai seguir projeto-piloto de 2010, quando foi dada orientação a 26 mil estudantes da rede pública de São Paulo, Rio de Janeiro, Tocantins, Ceará e Distrito Federal.
Apesar de o projeto ser focado em jovens, a orientação sobre como usar e aplicar de maneira mais inteligente o dinheiro não ficará restrita a essa faixa etária. O BC prepara um plano de educação financeira para aposentados. Existem, ainda, projetos para adultos.
Pesquisa do instituto Data popular feita em 2008 a pedido do Conef constatou que o nível de instrução financeira do brasileiro é baixo.
A avaliação mostra que, na época, 26% dos entrevistados estavam em cadastros de devedores. Desses, 58% não tinham intenção de quitar a dívida rapidamente.
Ao mesmo tempo, o acesso dos brasileiros a produtos do sistema financeiro não para de crescer. De 2002 a 2009, o número de contas bancárias no país saltou de 55,7 milhões para para 90,7 milhões. O uso de cartão de crédito também teve crescimento relevante. Em 2009, eram 78,2 milhões de cartões, ante 22,5 milhões em 2002.
Uma das ações do BC inclui a oferta de palestras em várias cidades, que serão transmitidas pela internet com acesso aberto mediante cadastramento. O projeto, ainda em fase de testes, será voltado para os jovens que estão entrando no mercado de trabalho.
Vozdepedra com Folha de São Paulo