O que vou contar agora não chegou ao meu conhecimento através de informações de terceiros, eu mesmo vi. Aconteceu em Princesa na manhã desta quarta-feira. Três agricultores, já idosos, caminhavam pela rua do Bairro Maia em direção aos seus roçados, quando foram interpelados por guardas do Ibama que, como eu, estavam hospedados na Pousada Ideal. Os homens traziam consigo os sacos nas costas com sementes para o plantio e cada um portava sua ferramenta de trabalho: uma roçadeira, uma enxada e um enxadeco. Pois bem, os guardas do Ibama mandaram parar, obrigaram os agricultores a ficarem com as mãos na parede como fazem os marginais, e, depois de revistados, tiveram sua roçadeira, sua enxada e seu enxadeco confiscados.
Eu vi, ninguém me contou. Os guardas portavam imponentes pistolas ponto 40, vestiam camisetas pretas com o escudo do Ibama, tinham cara de polícia, roupa de polícia e truculência de polícia.
Será que eles achavam que os agricultores iriam destruir o meio ambiente com aquelas extrovengas? Será que não disseram a eles que no sertão, quando chove, o agricultor se vale da enxada para limpar o mato, da roçadeira para derrubar a rama mais alta e do enxadeco para abrir as covas e nelas colocar as sementes de milho e feijão? Será que esse povo desconhece a profunda desmoralização que impôs a homens honrados, pobres de dinheiro mas ricos de vergonha?
Eles perseguiam caçadores de rolinhas e até se entende isso. Mas desmoralizar pais de familia que estavam apenas trabalhando é um pouco demais.
A ação autoritária e abusiva desse povo é generalizada, pois conversei com o confrade Fernando Caldeira e ele me disse que em Cajazeiras acontece a mesma coisa, o Ibama casa, batiza e separa casamentos como se não existisse outra lei além da praticada pelos seus agentes.
Blog do Tião Lucena