As ovelhas são animais mansos, ordeiras, pacatas, pacíficas, indefesas. Não têm garras e nem presas. Poucas raças de tal espécie têm chifres. Mas, as que têm não usam contra seus agressores, seus predadores. Não usam qualquer violência quando são atacadas. Não atacam e nem sabem se defender.
Animais assim não deveriam sofrer ataques. Mas, sofrem. E como sofrem. Todo bicho é seu predador. Se a ovelha não tem como se defender todo bicho quer e pode lhe como os lobos, os tigres, os cachorros, os gatos selvagens, os carcarás, os urubus, as hienas. Uns as sangram, outros arrancam seus olhos e línguas, alguns as matam para comer muito pouco, pois não estão com muita fome. É a morte rondando as ovelhas de todas as formas. Se elas nem sequer se defendem, são completamente indefesas.
Mansamente se deixavam devorar. Nem se quer um balido nas horas do ataque. Um balido sequer na hora da morte. A mansidão e ausência de armas de defesa (os chifres) são presas fáceis a quaisquer momentos, a qualquer hora do dia ou da noite.
Animal tão desprovido de defesa na sua caminhada milenar, viu no homem um protetor. Era a sua domesticação. A ovelha se aproximou dele e o homem se vez pastor. Com um cajado e com pedras protegia as ovelhas dos bichos. Mas o homem também era seu predador, todavia um predador racional. Matava e comia e transformava suas peles em roupa ou em tenda ou porta de grutas. O pastor só as matava na hora da necessidade.
O que houve durante séculos e há ainda hoje é uma convivência menos desastrosa entre ovelhas e seu pastor. O pastor protege as ovelhas de seus predadores, mas come ou vende uma do rebanho de vez em quando. Hoje a ciência chama a esta relação de convivência de esclavagismo. Aliás, na pecuária o homem pratica o esclavagismo interespecífico – entre espécies diferentes.
Com cajado, com flexas, paus, pedras e armadilhas o pastor defendia suas ovelhas do massacre dos predadores. As ovelhas cada vez mais protegidas aumentava o rebanho pagando um preço muito menor ao Pastor do que quando vivam sem proteção. O rebanho crescia e a fome aumentava nos predadores.
As feras resolveram se reunir e traçar planos de inutilizarem o velho Pastor. Teses, teoria e palpites foram dados e analisados nas assembléias, nos encontros de sacerdotes animais, nas comissões de direitos animais, nos fóruns, nos seminários, nas câmaras, no senado e no congresso dos predadores.
Enfim, o leão – o rei dos animais – presidindo o congresso animal compostos por representantes de todas as feras esfomeados chegaram a um veredito: a solução era chamar o velho pastor e prometer-lhe um ataque fulminante.
Ou o Pastor deixaria que as feras comessem as ovelhas que quisessem na hora que quisessem ou seria morto num ataque planejado e mortal por todas as feras famintas. Ou o velho pastor deixaria de defender suas ovelhas ou viraria banquete. Seria um ataque massivo de um exército de lobos, hienas, tigres, raposas, gatos selvagens, leões, leopardos, guepardos, cães, aves de rapina contra um velho pastor. Enviaram o veredito do congresso das feras ao Pastor.
Enquanto o Pastor recebia os emissários dos bichos sentia as feras dentro da noite lhe rondando, ouvia o ranger de dentes, sentia o cheiro asqueroso, via o brilho dos olhos assassinos dentro da escuridão a espreitá-lo. Era uma ameaça velada com um desfecho previsível.
“Agora não agiremos mais solitariamente, velho Pastor – dizia o enviado – atacaremos em grupo, em batalhão.” Houve um acordo. O Pastor entregou as pedras, o cajado, os paus: as armas de defesa. As ovelhas ficariam sob o seu controle e proteção, mas alimentando também as feras, os predadores. O Pastor estava a mercê das feras e suas protegidas também.
Essa estória do reino dos bichos está virando a história da sociedade brasileira. As feras do tráfico, do crime, da espoliação, do roubo, do furto, da corrupção; os coiotes que praticam a pedofilia e a prostituição; as hienas que deliberaram por leis frouxas, que mantém os códigos ultrapassados; as serpentes entreguistas que lotearam este país com o capital imperialista e os prevaricadores encarregados pela segurança pública valorizam mais os bandidos, os criminosos, os ladrões que os chefes de famílias, que os homens de bens.
No campo ou nas cidades brasileiras o cidadão encontra-se abandonado e se essa asneira, o desarmamento coletivo, for aprovado estaremos condenado à sanha selvagem dos criminosos.
Morreremos como ovelhas sem balir, sem autodefesa. E quando estivermos totalmente controlados pelos maus, pelas feras, seremos enfim subjugados pelos Demônios do Norte, os americanos, que em suas escolas já ensinam que a AMAZÔNIA não é nossa, mas da “humanidade” e nós sabemos que a “humanidade” são eles.
Não queremos virá ovelhas sem garras e sem pastor! O desarmamento dos homens de bens deste país é defendido por Collor de Melo, José Sarney, FHC, o alienígena Direitos Humanos, Lula e sua turma, a imprensa comprometida com a globalização e os demais congressistas patrocinados pelo crime organizado e marionetes do interesse espúrio internacional.
Todo povo tem direito a autodefesa e todo cidadão também. Não ao desarmamento dos cidadãos brasileiros!
Texto: Clodoaldo Melo
DO PEDRALAVRADA.COM