Frequentemente ignoradas, condições de saúde também podem acentuar a perda dos fios em mulheres afro-descendentes
Muitas mulheres negras sofrem com a perda permanente de cabelos, mas pouco se pesquisou sobre as causas do problema, geralmente ignoradas e tratadas como uma preocupação cosmética. Ainda assim, a química usada para o alisamento dos cabelos há tempos é suspeita de colaborar com essas causas.
Agora, em uma das primeiras tentativas de avaliar o real motivo da perda de cabelo entre as negras, pesquisadores apontaram que aproximadamente 1/3 de um grupo composto por 326 negras participantes da pesquisa apresentava um tipo de perda capilar central chamada de alopecia cicatricial centrífuga central, ou ACCC, diagnosticada quase que exclusivamente em afro-descendentes.
O estudo informal, publicado na Internet este mês no Archives of Dermatology, também apontou que mulheres com perda de cabelos mais intensa apresentavam índices mais altos de diabetes tipo 2 e infecções bacterianas do couro cabeludo do que mulheres com pouca ou nenhuma perda de cabelos. Mulheres com perda de cabelos intensa também mostraram mais probabilidade ao uso de tranças, entrelaçamentos e apliques.
Angela Kyei, autora líder do artigo e chefe residente no Instituto de Dermatologia e Cirurgia Plástica da Cleveland Clinic, afirma que serviços de salões de beleza, como tranças apertadas e entrelaçamentos, podem contribuir com a CCCA. Estados clínicos como o diabetes tipo 2 também podem colaborar.
Diabéticos tendem a ser mais suscetíveis a infecções, inclusive do couro cabeludo, ela aponta. Isso acaba por predispor algumas mulheres à perda de cabelos após tratamentos feitos em salões de beleza.
“Ignorar a perda de cabelos, tratando sua causa como um mero problema cosmético, é uma abordagem errada”, revela Kyei.
IG