A professora potiguar Amanda Gurgel, sucesso na internet depois que fazer um discurso sobre a situação da Educação no Brasil, visita a Paraíba nesta quinta-feira (9) participando de assembleias de docentes em Campina Grande, Bayeux e João Pessoa. As atividades começaram nesta manhã em Campina, onde ela foi ovacionada e recebida como 'celebridade' pelos professores presentes à assembleia do Sindicato dos Trabalhadores da Borborema (Sintab).
Em entrevista exclusiva ao Paraíba1, ela comentou como ficou a rotina após a repercussão de suas declarações na tribuna da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte(assista ao vídeo no fim da página).
“Na minha vida não mudou nada do ponto de vista estrutural. Meu salário continua o mesmo, mas a minha rotina está temporariamente alterada porque eu tenho recebido muitos convites de diversos sindicatos do país inteiro com o intuito de dar apoio às lutas e às greves da educação de modo geral”, comentou.
Chamada de 'heroína' pelos professores de Campina Grande, ela disse que não se considera como tal. “O que existe é uma referência que foi construída de forma voluntária e espontânea. Na verdade, qualquer transformação que aconteça só é possível se houver a mobilização de todos. Eu sozinha não sou ninguém”, afirmou Amanda.
Sobre a iniciativa de falar com sinceridade aos deputados do Rio Grande do Norte – atitude que acabou ganhando visibilidade nacional – ela disse que apenas utilizou um espaço que é do povo durante uma audiência pública, e que qualquer um poderia ter se pronunciado.
“Na verdade, eu não tenho poder nenhum. O meu poder é o mesmo que todos têm: está no coletivo. Tenho utilizado espaços para passar a mensagem em cada lugar que passo. Não existe na classe trabalhadora um herói que não seja cada o próprio trabalhador”, concluiu.
Assembleia pelo piso nacional
Amanda foi convidada pelo Sintab a participar da assembleia dos professores da rede municipal de Campina Grande, como forma de estimular a categoria a reivindicar melhorias nas condições de trabalho. A categoria exige a implantação do piso salarial nacional por parte da Prefeitura.
Ela comentou que, com a visibilidade que ganhou, sua intenção agora é aproveitar o espaço para debater as necessidades pelas cidades onde passa.
Ela disse que pretende unificar os profissionais da Educação numa luta nacional. Segundo Amanda, ela está planejando uma mobilização para o dia 16 de julho, quando professores de todo o país poderão suspender os trabalhos ou fazer uma programação especial nas escolas. A principal bandeira é o investimento imediato de 10% dos recursos do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no setor da Educação.
Programação
Amanda Gurgel estará em Bayeux às 15h, na escola estadual Irineu Pinto, e às 19h na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), no auditório do Centro de Educação.
Veja o vídeo do depoimento que tornou a professora conhecida no Brasil
Paraíba 1