Geralda Lúcia Ferraz Guabiraba, encontrada morta na estrada
Santa Inês, em Mairiporã, na Grande São Paulo, no sábado (14).
De acordo com a delegada, a possível sequência da morte da
dona de casa é a seguinte: primeiro ela foi sedada, em seguida morta com o
profundo corte no pescoço e só depois teve o rosto desfigurado, com a pele e os
olhos arrancados. Pela quantidade de sangue encontrado junto à Pedra da
Macumba, onde o corpo foi localizado, na Estrada de Santa Inês, já em
Mairiporã, a vítima deve ter sido morta no local.
Também foi encontrado sangue
no tampão do porta-malas do carro da mulher, mas tudo indica que as manchas foram
geradas por algum tecido ensanguentado. E todo o procedimento para executá-la
pode ter durado entre 5 a 20 minutos, na estimativa da perícia. Na véspera de
morrer, Geralda usou o computador para buscar informações sobre um veneno
contra rato conhecido como chumbinho e sobre a morte de pessoas que ingeriram o
produto, segundo as investigações. A polícia aguarda o laudo da perícia para
saber se um dos frascos encontrados no carro dela tinha restos dessa
substância.
Cortes
Pela prévia à qual ela teve acesso, também já é possível
afirmar que os cortes no rosto da vítima foram feitos por alguém com alguma
prática no manejo de instrumentos cortantes, como facas ou bisturis, mas que
não se trata necessariamente de um especialista, como um cirurgião, por exemplo.
A prévia indica ainda que a vítima também foi golpeada pelas costas, mas em
momento algum esboçou reação, o que reforça a possibilidade de ela ter sido
sedada antes de ser atingida.
Nesta quinta, tanto o padre da paróquia frequentada pela
dona de casa quanto uma amiga da vítima foram ouvidos pela delegada. Ambos
informaram à polícia que a mulher era uma pessoa muito religiosa e que não
tinha qualquer contato com seitas de outras religiões. Uma terceira pessoa, que
não teve a identidade revelada, será ouvida ainda nesta quinta, segundo a
delegada.
A delegada também já havia analisado a lista de ligações
telefônicas feitas por ela. O documento mostra que Geralda não conversou com
nenhum desconhecido no dia em que foi morta. “No dia 13 ela só fez contato com
o filho pelo celular. Também não recebeu nenhum telefonema, a não ser da
residência no horário em que ela não estava mais em casa e provavelmente já
estava morta”, afirmou Claudia.
Nesta quarta-feira (18), a polícia ouviu os depoimentos de
três parentes e da empregada da família, e descobriu mais um detalhe: Geralda
saiu de casa, horas antes de morrer, sem a aliança de casamento. Ela também
deixou a bolsa, documentos e o celular. Ao todo, a polícia já colheu, até a
noite desta quinta, o depoimento de nove pessoas no inquérito que apura o
crime.
A polícia agora tenta identificar três homens que foram
vistos na terça (17) no local do crime. Eles jogaram uma substância nas árvores
mais próximas e derramaram um líquido ao redor da pedra na Estrada de Santa
Inês. Um dos frascos que eles usavam tem um forte cheiro de óleo e ficou no
local.