Processadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), imagens de satélite das áreas atingidas por enchentes na região serrana do Rio mostram o tamanho do desafio do novo sistema nacional de alerta e prevenção aos desastres naturais. E, segundo o diretor do instituto, Gilberto Câmara, vão ajudar na criação da rede de detecção anunciada recentemente pelo governo.
"Os dados meteorológicos terão de ser combinados a informações da estrutura do solo das áreas de risco", explicou Câmara, ao analisar as imagens divulgadas ontem pelo ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante.
As imagens foram encaminhadas à Defesa Civil e vão ajudar no diagnóstico das causas da maior tragédia climática da história do Brasil, que matou mais de 800 pessoas no mês passado. O relatório deverá ficar pronto no mês que vem.
Segundo o ministro, o estudo geológico detalhado das áreas de risco ficou para uma próxima etapa de instalação do sistema. "Nessa primeira fase, vamos integrar o que já existe", disse Mercadante, referindo-se à rede de radares e aos levantamentos das áreas de risco já disponíveis. "Primeiro integramos, depois vamos expandir."
Mercadante negou que o novo sistema enfrente restrições impostas pelos cortes de gastos no governo federal, embora novas despesas não tenham sido autorizadas. "Os custos do sistema ainda estão em negociação." Em mensagem ao Congresso, a presidente Dilma Rousseff prometeu investimentos na área.
Antes e depois. Inpe está processando as imagens, que vão dar suporte a sistema de alerta