5 de fev. de 2011

Paraíba que dá certo: Uiraunense é destaque no Globo Repórter

Brasil - 05.02.11 - 9:56

Vescijudith Fernandes Moreira trabalhava como advogada na Paraíba e largou tudo para fazer mestrado na Espanha. Hoje, ela faz parte do Conselho de Governo da Universidade de Salamanca.

Salamanca é uma das cidades universitárias mais importantes da Europa. Nela, uma pessoa muito especial abriu portas para nós. Pouquíssimas pessoas têm a chance de conhecer a sala, onde, uma vez por mês, se reúnem os 56 conselheiros, o reitor e todos os diretores da universidade. Nós só tivemos esse privilégio, porque fomos convidados pela representante dos alunos de mestrado e doutorado, uma voz muito importante nesse colegiado. Estamos falando de um metro e meio da mais valente mulher paraibana.

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Vescijudith Fernandes Moreira, do Conselho de Governo da Universidade de Salamanca, conhecida como Vesci, trabalhou sete anos como advogada no Brasil. Ela chegou à cidade de Salamanca para fazer doutorado em 2008. “Vim com a cara e a coragem, porque não falava espanhol, estava sem bolsa, sem perspectiva de ganhar uma bolsa. Então, minha família deu todo apoio e aqui estou no último ano de doutorado”, revela.

O CEB indicou Vescijudith, por estar constantemente colaborando com as atividades de lá, além de ser representante dos estudantes de mestrado e doutorado no Conselho de Governo da Universidade. Inclusive por sua própria história de vida, já que iriam entrevistar os estudantes do Prouni, e ela como uma estudante de escola pública desde o início da sua vida estudantil até o presente momento.Seria uma maneira de mostrar que a escola pública brasileira tem estudantes com capacidade, competência e determinação para conseguir os seus objetivos.Ademais, sair do Nordeste do Brasil, especialmente sertão da Paraíba – Uiraúna, uma cidade com cerca de 15 mil habitantes – para fazer um estudo comparativo sobre a legislação para o uso sustentável das águas e poder contribuir com os conhecimentos adquiridos para possíveis soluções de problemas de escassez quantitativa e qualitativa.

Na fachada antiga da universidade, está uma lenda. Todo mundo tenta descobrir onde está um pequeno sapinho, no bordado de pedra. Quem encontrar, diz a tradição, será bem-sucedido. E, um dia, voltará a Salamanca. Vesci encontrou o sapinho logo que chegou na universidade.

“Eu sou a brasileira mais brasileira aqui em Salamanca. A Espanha me conquistou, porém eu já vim determinada para voltar para o meu país e levar para o meu país toda a experiência que eu adquiri aqui”, afirma.

Essa baixinha é fogo. Vai logo ficando amiga e sempre está pronta a ajudar. “Eu gosto de reivindicar pelos direitos de todos os estudantes e acredito que o jeito brasileiro mais espontâneo de ser ajuda muito”, diz a jovem.

Mas a brasileira não chegou só até os estudantes e à nossa equipe. Ela chegou até a família real espanhola. Os príncipes estiveram em Salamanca, para uma solenidade, e lá estava a Vesci. “A princesa é muito simpática. São pessoas muito acessíveis, parecem muito simples. Fiquei encantada com eles”, conta.

Ela conseguiu construir uma ponte quase impossível entre a Paraíba e Salamanca. “Não só eu, mas outros estudantes que já tiveram aqui começaram a construir essa ponte, não só da Paraíba, mas do Brasil”, ressalta.

Globo Repórter